Eurogrupo e agências de rating pressionam Atenas
Enquanto chefe do Eurogrupo dá prazo a Atenas para definir política financeira, agências de rating rebaixam ainda mais notação de crédito do país.
A situação está cada vez mais apertada para a abalada Grécia. Neste sábado (07/02), o chefe do Grupo do Euro, Jeroen Dijsselbloem, pediu clareza a Atenas sobre a futura política financeira do país.
"Até 16 de fevereiro, precisamos de um prazo para novas decisões. Eu não classificaria isso como um ultimato", declarou uma porta-voz do ministro holandês das Finanças, neste sábado, em Haia.
A porta-voz estava se referindo a declarações da mídia, segundo as quais Dijsselbloem exige de Atenas, até o próximo encontro de ministros de Finanças da zona do euro em 16 de fevereiro, uma posição sobre um pedido de prorrogação do pacote de ajuda financeira a expirar no final de fevereiro.
Além disso, a agência de notação de risco Moody's anunciou nesta sexta-feira que vai rever para baixo a nota de crédito da Grécia, cuja notação atual é de "Caa1", o que equivale a "lixo".
Em comunicado, a Moody's explicou que aumentou a pressão sobre a Grécia, ameaçando baixar a notação do país, devido à "grande incerteza criada" em torno das negociações entre Atenas e os credores europeus e o Fundo Monetário Internacional (FMI).
A medida da Moody's segue a adotada pela agência de rating Standard and Poor's (S&P), que também baixou na sexta-feira a notação da Grécia de "B" para "B-", devido à redução de liquidez dos bancos gregos.
A S&P explicou que a descida de notação ocorre na esteira de um agravamento da economia grega e que não descarta continuar diminuindo a notação de crédito da Grécia. Nenhum país da zona do euro é tão mal avaliado pela S&P como a Grécia.
Após a subida ao poder do partido radical de esquerda Syriza, em 25 de janeiro último, a Grécia vem tentando renegociar a sua enorme dívida de 315 bilhões de euros com a troica (União Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional).
CA/dpa/lusa
Autor: Carlos Albuquerque