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Atitude de Dilma irrita Indonésia

19:37 | 20/02/2015
Presidente rejeita receber credenciais de embaixador do país asiático, que classifica decisão como inaceitável e convoca diplomata de volta a Jacarta. Gesto é uma represália do Planalto à pena de morte para brasileiros. O governo da Indonésia divulgou uma nota de protesto contra a decisão da presidente Dilma Rousseff, que nesta sexta-feira (20/02), em cerimônia no Planalto, se recusou a receber as credenciais do novo embaixador do país asiático em Brasília. O gesto de Dilma foi uma retaliação diplomática à execução, em janeiro, do carioca Marco Archer Cardoso Moreira e à manutenção da pena de morte para o paranaense Rodrigo Gularte. Ambos foram sentenciados à pena capital na Indonésia por tráfico de drogas. A maneira pela qual o ministro das Relações Exteriores do Brasil, de repente, informou o adiamento da apresentação de credenciais pelo embaixador da Indonésia designado para o Brasil, quando o embaixador já estava no palácio, é inaceitável para a Indonésia, diz a nota. Segundo o comunicado, o diplomata Toto Riyanto havia sido convidado formalmente para apresentar suas credenciais na cerimônia no Planalto. O governo indonésio convocou o embaixador brasileiro em Jacarta para transmitir os termos mais fortes possíveis de protesto para o ato hostil do governo do Brasil e chamou Riyanto de volta ao país. Assim que chegam ao Brasil, embaixadores precisam, numa cerimônia simbólica, apresentar suas credenciais à presidente para se tornarem oficialmente os representantes máximos de seus países. Riyanto foi ao Planalto nesta sexta, mas, quando chegou, foi informado pelo chanceler Mauro Vieira sobre a decisão de Dilma. "Achamos importante que haja uma evolução na situação para que a gente tenha clareza em que condições estão as relações da Indonésia com o Brasil. O que fizemos foi atrasar um pouco o recebimento de credenciais", afirmou Dilma. Na linguagem diplomática, o gesto é considerado uma dura reprimenda. E mostra o estágio das relações com o governo indonésio, que recusou apelos da própria presidente Dilma para que os brasileiros fossem perdoados e deixassem o corredor da morte. RPR/abr/ots
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