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Presidente e rebeldes xiitas chegam a acordo no Iêmen

17:40 | 21/01/2015
Milícias devem deixar prédios ocupados e, em troca, governo atenderá reivindicações de mudanças em projeto de Constituição e de mais participação em instituições estatais. O presidente do Iêmen, Abed Rabbuh Mansour al-Hadi, chegou nesta quarta-feira (21/01) a um acordo com a milícia xiita Houthi para acabar com os conflitos violentos que tomaram conta da capital, Sanaa, esta semana, e lançaram temores de um golpe de Estado e caos no país árabe. O acordo determina que os rebeldes houthis se retirem dos arredores da casa do presidente, do palácio presidencial, cercado desde terça-feira, e de todas as instituições governamentais. O acordo também determina a libertação de um assessor do presidente, que fora sequestrado nos últimos dias. Em contrapartida, o presidente iemenita concordou em ceder a demandas de mudanças no projeto da nova Constituição e em expandir a representação dos houthis no Parlamento e instituições do Estado. Al-Hadi também garantiu que tomará medidas dentro de uma semana para resolver a situação na província de Mareb, rica em petróleo e, em grande parte, controlada por tribos hostis aos houthis. Também nesta quarta, o primeiro-ministro iemenita, Khaled Bahah, pôde deixar a sua residência, no centro de Sanaa, depois de ter negociado a saída, anunciou um porta-voz do governo. Na segunda-feira, combatentes haviam cercado a residência, horas depois de a comitiva dele ter sido alvo de tiros. Segundo fontes médicas, ao menos 35 pessoas morreram e 94 ficaram feridas nos violentos confrontos entre soldados e milicianos xiitas, em diversos setores da capital, nesta segunda e terça-feira. A situação no Iêmen, um importante aliados dos Estados Unidos na luta contra a Al Qaeda na Península Árabe, levou a uma reunião do Conselho de Segurança da ONU, que condenou a violência e apoiou o presidente como a autoridade legítima do país. Os rebeldes, que desde o ano passado ampliam sua influência no Iêmen, tomaram em 21 de setembro o controle de uma grande parte da capital do país, controlando a televisão pública iemenita e a agência noticiosa oficial Saba. Na última semana, as milícias xiitas raptaram o chefe do gabinete do presidente e um dos arquitetos do projeto da nova Constituição, Ahmed Awad bin Mubarak. As milícias xiitas são contra esse texto, que prevê um Iêmen federal, composto por seis regiões. Os houthis querem mais direitos para a comunidade zaidita, uma ramificação do xiismo. Aliados do Irã na disputa com a Arábia Saudita por uma maior influência na região, eles fizeram ameaças se suas demandas por uma participação justa na nova Constituição não fossem atendidas. PV/afp/rtr/dpa/ap
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