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Maduro: 'Às vezes penso em romper relações com o governo americano'

Ele também citou as sanções aprovadas pelo Congresso americano contra funcionários do governo venezuelano acusados por Washington de terem violado os direitos humanos
16:01 | Dez. 14, 2014
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O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, disse neste domingo que, às vezes, pensa em romper as relações diplomáticas com os Estados Unidos, diante do que considera agressões políticas procedentes de Washington.

"Às vezes, penso, se fosse movido apenas pelo sentimento de dignidade, em romper as relações diplomáticas e políticas com o governo americano. Todas, fechar a embaixada em Washington e todos os consulados e ponto final, acabou", confessou, numa entrevista exibida neste domingo pela TV local.

Mas o presidente assinalou que recorre "à sabedoria chavista" para ponderar sobre o que seria uma ruptura mais profunda na relação diplomática acidentada entre Caracas e Washington, que, atualmente, não contam com embaixadores.

Maduro também citou as sanções aprovadas pelo Congresso americano contra funcionários do governo venezuelano acusados por Washington de terem violado os direitos humanos nos protestos opositores que sacudiram o país entre fevereiro e maio e deixaram 43 mortos.


Essa decisão "é muito perigosa, porque o caminho das sanções você sabe como começa, mas não como termina. Termina em venezuelanos inocentes vítimas, termina em um bloqueio ou, quem sabe, afetando milhares de famílias venezuelanas que vivem nos Estados Unidos", acrescentou.

Maduro também criticou "a direita", acusando-a de orquestrar "a guerra econômica" que, segundo ele, levou a uma inflação superior a 63% no último ano, altos níveis de escassez e problemas de abastecimento envolvendo um em cada quatro itens básicos, como leite, farinha de milho e remédios.

Apesar da crise econômica e da queda dos preços do petróleo, responsável por 96% da receita da Venezuela, Maduro descartou uma explosão social, "a não ser que esta direita apátrida faça algo contra mim", assinalando ser ele mesmo "a maior garantia de paz neste país".

AFP

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