Participamos do

Incêndio em balsa no Mar Adriático deixa dez mortos

11:02 | Dez. 29, 2014
Autor O POVO
Foto do autor
O POVO Autor
Ver perfil do autor
Tipo Notícia
Operação de resgate é concluída, apesar das dificuldades impostas pelo mar agitado e pelos fortes ventos. Embarcação transportava 478 pessoas da Grécia para a Itália. Autoridades marítimas da Itália e da Grécia confirmaram nesta segunda-feira (29/12) que dez pessoas morreram em consequência do incêndio na balsa Norman Atlantic, na costa da Albânia, próximo à ilha grega de Corfu. Segundo o primeiro-ministro da Itália, Matteo Renzi, a operação de resgate foi concluída, restando a bordo apenas o capitão e quatro marinheiros italianos. O número de mortos ao final da operação era cinco. Horas depois, a Guarda Costeira italiana divulgou que mais cinco corpos foram resgatados do mar, elevando o total para dez. Segundo a Guarda Costeira da Grécia, 432 pessoas foram resgatadas. A embarcação, de bandeira italiana e operada pela companhia grega Anek, viajava da cidade de Patras, no oeste da Grécia, para o porto italiano de Ancona, levando 422 passageiros e 56 tripulantes. As autoridades marítimas não souberam explicar a discrepância entre o total de resgatados e o total de pessoas a bordo, divulgado pela empresa. O incêndio começou na manhã de domingo, aparentemente na zona reservada aos veículos, onde estavam 195 automóveis, mas o calor e a fumaça atingiram rapidamente todo o navio. Embarcações e helicópteros da Itália e da Grécia trabalharam durante toda a noite, retirando passageiros da balsa e os levando para cerca de dez navios cargueiros nas imediações, que ajudaram no resgate. Os ventos fortes e o mar agitado atrapalharam a operação de resgate. O corpo de um homem grego de 62 anos foi retirado da água no domingo. Ele se jogara ao mar na tentativa de alcançar um bote salva-vidas e teria batido a cabeça contra a balsa. A mulher dele sobreviveu. Mais quatro corpos foram resgatados do mar nesta segunda-feira. Até o início da tarde desta segunda-feira, todos os demais passageiros haviam sido retirados da balsa, segundo informações da Marinha italiana. Resgate difícil O navio cargueiro grego Spirit of Piraeus transportou um grupo de 49 sobreviventes até o porto da cidade italiana de Bari, na manhã desta segunda-feira. Entre os passageiros estavam quatro crianças. As vítimas foram levadas a hospitais e alojadas em hotéis da região. O grupo trazido pelo navio grego foi o maior transportado para terra firme. Outros sobreviventes haviam sido levados em menor número a hospitais no sul da Itália, poucas horas após o início da operação de resgate. Segundo oficiais, algumas pessoas sofreram hipotermia, outras tiveram intoxicações leves com monóxido de carbono. Helicópteros atravessaram a noite resgatando passageiros, enfrentando ventos de até 75 quilômetros por hora. "Apesar do mau tempo e da escuridão, que é outro fator, persistimos durante toda a noite", afirmou o almirante da Guarda Costeira italiana, Giovanni Pettorino, à rede de televisão Sky. Os que permaneceram na balsa receberam cobertores e encontraram lugar seguro para aguardar resgate, "mesmo que as condições permaneçam difíceis", comentou Pettorino. Pânico a bordo Alguns passageiros relataram momentos de confusão e pânico após o início do incêndio. Um motorista de caminhão grego descreveu cenas de "caos" a bordo da embarcação em chamas. Ele contou que, quando os helicópteros chegaram, pessoas pisoteavam umas às outras na tentativa de serem resgatadas. Alguns passageiros teriam tentando impor alguma ordem para priorizar o resgate de mulheres e crianças. "Mas os homens nos agrediram para serem resgatados primeiro, não levaram em consideração as mulheres ou as crianças", comentou. Um dos passageiros que desembarcou em Bari contou que a tripulação não sabia como proceder. "Os barcos salva-vidas não funcionavam, apenas um deles estava na água, e nenhum dos tripulantes estava lá para ajudar as pessoas." O promotor público de Bari, Giuseppe Volpe, declarou que uma investigação criminal será encaminhada para verificar se houve negligência durante o acidente, o que poderia ter contribuído para aumentar as proporções do desastre. O proprietário da balsa, o italiano Carlo Visentini, afirmou que vai cooperar com as investigações. Ele insistiu que a embarcação, arrendada à operadora Anek, havia passado por uma inspeção técnica em 19 de dezembro. RC/ap/afp

Dúvidas, Críticas e Sugestões? Fale com a gente