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Seguem na Ucrânia buscas por nove passageiros do voo MH17

14:07 | Nov. 10, 2014
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Meses depois da queda do avião da Malaysia Airlines, equipe holandesa examina destroços espalhados por vários quilômetros quadrados no leste da Ucrânia. Investigação final pode durar mais de um ano. A equipe holandesa de resgate possui uma tarefa desagradável e que requer cuidado: vasculhar lentamente os destroços do voo MH17 da Malaysia Airlines, à busca de restos humanos e de objetos pessoais soterrados no metal torcido e carbonizado. Eles andam solenemente e em linha através do local do acidente, até que um levanta a mão, sinalizando a descoberta de algo potencialmente relevante. Segue-se, então, um exame minucioso. Cinco corpos foram descobertos nessa área do leste da Ucrânia nos últimos dias, passados quase quatro meses desde o acidente. O governo holandês avisou que pode ser difícil encontrar as nove pessoas ainda desaparecidas, mas as buscas vão continuar. Em sua maioria, os 298 passageiros e tripulantes a bordo do voo MH17 eram holandeses. A Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) na Ucrânia está ajudando a facilitar o acesso dos investigadores holandeses ao local do acidente. "Ainda há, claro, esperanças de que mais restos humanos possam ser encontrados, possibilitando a identificação de mais passageiros, para que todas as famílias possam ter de volta seus entes queridos", disse o vice-chefe da missão de monitoramento da OSCE para a Ucrânia, Alexander Hug, em entrevista à DW. "O que resta, então, é obviamente a remoção dos escombros." Destroços ainda estão espalhados Esse processo deve começar nos próximos dias. Grande parte dos destroços ainda está exatamente como caiu, espalhada por uma área de vários quilômetros quadrados. São poltronas, máscaras de oxigênio, partes dos motores e do trem de pouso, e até mesmo a cauda da aeronave, dispersos pelo campo. Do ponto principal do impacto da parte central do avião, ainda emana o cheiro de combustível queimado, mas o local está agora desolado, ventoso e frio. Os moradores locais colocaram ursos de pelúcia nos destroços, em sinal de luto pelas crianças mortas. Uma coroa de flores na estrada expressa dor por aqueles que perderam suas vidas. Um tanto tardiamente, os investigadores estão colocando sinalizações para proteger a área da queda do MH17. Eles também colocaram notas em postes telegráficos nas redondezas, pedindo que os moradores apresentem eventuais informações. Mas a maioria está cansada desse incidente internacional, que mudou para sempre as suas vidas e a de seu vilarejo. Investigação final pode durar um ano Os familiares dos mortos ainda esperam desesperadamente por respostas. Um relatório inicial divulgado pelo Conselho de Segurança da Holanda, indicou que o avião foi atingido por fragmentos que causaram sua ruptura. Especialistas acreditam que esses fragmentos poderiam ter sido um míssil terra-ar. A investigação final pode levar até um ano para ser concluída, porém neste meio tempo a equipe de investigadores privados Bellingcat divulgou seu próprio relatório, com base em fotos e vídeos. O documento, publicado nas redes sociais, sugere que no dia do acidente um lançador de mísseis russo se encontrava na área. "Embora seja claro que os russos forneceram um lançador de mísseis Buk aos separatistas, que foi filmado em 17 de julho em áreas próximas ao local do acidente do MH17, cabe aos investigadores oficiais determinarem de onde o míssil foi lançado, algo que esperamos que possam estabelecer com informações que não são de conhecimento público", explicou Eliot Higgins, da Bellingcat, em entrevista à DW. Algumas dessas informações úteis incluem imagens de radar da data do acidente que poderiam ajudar a determinar o que foi lançado, quando e de onde. Evidências no solo também são decisivas, mas os investigadores ainda estão tendo dificuldades em obter acesso a todas as áreas do local do acidente. A curta distância, trocas de tiros ecoam pelos campos. Esta missão de resgate pode demorar muito tempo para ser concluída.

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