ONU pede ajuda global para evitar "massacre" em Kobane
Ele lembrou o genocídio de milhares de muçulmanos pelo Exército bósnio da Sérvia, em 1995, em Srebrenica e disse que um episódio similar é iminente. "Existe uma lei humanitária. Existe Srebrenica. Existem imagens que nós não queremos ver, nós não conseguimos ver, de pessoas decapitadas, militantes ou civis", afirmou Mistura, pedindo ação imediata e alertando que "não é por meio de resoluções da ONU que o Estado Islâmico vai parar de atacar Kobani".
O Estado Islâmico invadiu a cidade de Kobane, na fronteira com a Turquia, em 6 de outubro. Eles tomaram o controle de diversos prédios e de uma colina estratégica na região. Os grupos curdos no controle da cidade e administradores locais aconselharam a população a deixar a região.
Mistura pediu que autoridades turcas autorizem o trafego de voluntários e equipamentos na cidade fronteiriça de Kobane e que ajudem os militantes sírios curdos a parar o avanço do grupo extremistas. "Precisamos disso porque senão todos nós, incluindo a Turquia, vão se arrepender profundamente de ter perdido uma oportunidade", afirmou. A Turquia permitiu a implementação de tropas e tanques na fronteira, mas apesar da pressão dos EUA, Ancara afirmou que não vai se unir ao combate.
A guerra civil no país, que começou em março de 2011 causou mais de 150.000 mortes e mais de 680.000 feridas. Pelo menos 10,8 milhões de sírios precisam de assistência neste momento dentro do país, incluindo 6,5 milhões deslocados internamente. O conflito também causou uma crise de refugiados, com cerca de 2,5 milhões de pessoas estão abrigadas em outros países.
O porta-voz do Alto Comissário das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), Adrian Edwards, informou que os conflitos em Kobane levou 172.000 sírios curdos a migrarem para a Turquia. Outros foram levados para os campos de refugiados de Gawilan e Newroz, sob controle da Acnur. Edwards citou relatos refugiados de atos de brutalidade cometidos pelo Estado Islâmico, incluindo sequestro de centenas de civis, torturas e decapitações.
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