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Aeroportos nos EUA aumentam controle para evitar entrada do ebola

17:51 | Out. 11, 2014
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Passageiros vindos da Libéria, Guiné ou Serra Leoa terão temperatura verificada no desembarque. Medida já está valendo no JFK, em Nova York, e será estendida para Chicago, Washington, Atlanta e Newark, em Nova Jersey. Agentes americanos de saúde começaram neste sábado (11/10) a medir a temperatura de passageiros que desembarcam no aeroporto JFK, em Nova York, vindos da Libéria, Guiné ou Serra Leoa os três países mais atingidos pelo vírus do ebola. Ainda de acordo com o protocolo estabelecido pelas autoridades americanas, quem vier de um desses países da África Ocidental precisa ainda preencher um questionário. Termômetros infravermelhos, que não precisam de contato direto com a pele da pessoa, estão sendo usados para medir a temperatura nos aeroportos. Quem apresentar febre será encaminhado, em seguida, para uma entrevista, para que seja identificado algum indício de que a pessoa teve, ou não, contato com alguém infectado. Dependendo dos sintomas apresentados, autoridades de saúde determinarão o que fazer com o passageiro. As medidas serão estendidas na próxima semana a outros quatro aeroportos internacionais dos EUA: Chicago O'Hare, Washington Dulles, Atlanta Hartsfield-Jackson e Newark Liberty (Nova Jersey). Segundo agentes federais de saúde, o controle nas entradas do país é uma proteção a mais para evitar que o ebola que já matou mais de 4 mil pessoas em diversos países se espalhe. "Temos 100% dos passageiros que desembarcam aqui vindos de um dos três países afetados passando pelo controle. E, em alguns casos, a temperatura é checada várias vezes", confirmou Martin Cetron, chefe da Divisão de Migração Global e Quarentena do Centro de Controle de Doenças e de Prevenção. "E não importa a quantidade de procedimentos que realizamos, não vamos conseguir reduzir o risco a zero", disse. Não há voos diretos Funcionários da imigração calculam que cerca de 150 pessoas viajam diariamente de um dos três países que registram surto do ebola (Libéria, Guiné ou Serra Leoa) para os EUA e 95% delas desembarcam em um destes cinco aeroportos. Embora não existam voos diretos entre os EUA e nenhum desses três países africanos, funcionários do Departamento americano de Alfândega e Proteção de Fronteiras e Segurança Interna (CBP) explicam que eles conseguem identificar exatamente onde o voo de cada passageiro teve origem, mesmo que ele tenha feito várias conexões. Companhias aéreas do Marrocos, França e Bélgica continuam voando para a África Ocidental. Críticas Para alguns especialistas, no entanto, o procedimento adotado nos aeroportos americanos é um paliativo que pode não ter efeito prático. Eles ressaltam que passageiros febris podem tomar remédio durante o voo e disfarçar o sintoma na hora do desembarque. Além disso, muitos podem dar informações erradas no questionário. "As pessoas não vão querer ficar retidas por horas no aeroporto", avalia David Mabey, professor da Escola de Medicina Tropical e Higiene, em Londres. Thomas Eric Duncan, que morreu com o vírus em Dallas na semana passada, conseguiu embarcar para os Estados Unidos por não apresentar febre no momento do voo. A aferição de temperatura corporal está sendo adotada há dois meses nos três países afetados pelo surto de ebola. Desde então, apenas 77 pessoas das 36 mil que passaram pelo controle tiveram negada autorização para voar. Nenhuma foi confirmada com a doença. União Europeia discute tema A presidência italiana da União Europeia e a Comissão Europeia convocaram para a próxima quinta-feira uma reunião de ministros europeus para avaliar questões relacionadas ao controle em aeroportos que recebem voos da África. Neste sábado, o Reino Unido realizou um teste para avaliar sua capacidade de resposta a um eventual surto de ebola. A simulação durou oito horas e contou com a participação de médicos, socorristas, funcionários de hospitais e até políticos. As preocupações na Europa aumentaram depois que uma enfermeira espanhola foi contagiada pelo ebola durante o tratamento de um paciente num hospital de Madrid e depois de a Organização Mundial da Saúde ter alertado que outras infecções isoladas na Europa eram "inevitáveis". MSB/ap/rtr/lusa

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