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ONU convoca todos os países a conter o Ebola imediatamente

De acordo com o último balanço da Organização Mundial da Saúde (OMS), de 21 de setembro, a febre hemorrágica altamente contagiosa já matou 2.917 pessoas
17:14 | Set. 25, 2014
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O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu nesta quinta-feira, 25, que todos os países contenham imediatamente a epidemia de Ebola, em uma reunião especial na qual o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, alertou que os esforços ainda são insuficientes.

"Chegou o momento de um esforço poderoso e unificado para conter esta epidemia. O mundo pode e deve deter o Ebola agora mesmo", disse Ban ao inaugurar uma reunião especial à margem da 69ª Assembleia Geral da ONU para discutir respostas à crise.

A epidemia, afirmou Ban, "está se expandindo; mata mais de 200 pessoas por dia, dois terços delas, mulheres". Guiné, Libéria e Serra Leoa, acrescentou, enfrentam "a maior e mais letal epidemia de Ebola que o mundo já viu".

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A febre hemorrágica altamente contagiosa já matou 2.917 pessoas de 6.263 casos na África Ocidental, de acordo com o último balanço da Organização Mundial da Saúde (OMS), de 21 de setembro.
O secretário-geral destacou que vários países e organismos internacionais já se mobilizaram para dar ajuda aos países afetados pela epidemia, mas destacou que a situação é tão grave que será necessário organizar a escala e a modalidade dessa intervenção.
Alguns países, disse Ban, "têm tentado conter o vírus fechando suas fronteiras. Companhias aéreas interromperam seus serviços. Diminuiu drasticamente o número de barcos em seus portos. Mas esta abordagem só piora a situação, isolando países que precisam de ajuda".

AUXÍLIO 

Em seu discurso antes da reunião, Obama reafirmou que seu país disponibilizará enormes recursos em ajuda material e técnica, mas advertiu que todo esforço mobilizado ainda não é suficiente.

"Quero que sejamos claros: não estamos nos movimentando suficientemente rápido. Não estamos fazendo o suficiente", alertou Obama. Ele disse ainda que se a epidemia não for controlada, "poderá matar centenas de milhares de pessoas nos próximos meses".

A epidemia fez com que os sistemas de saúde pública nos países assolados entrassem em colapso e, se a crise não for controlada, vai se transformar em uma "catástrofe humanitária em toda a região", afirmou Obama.

CONTROLE 

Entretanto, o presidente do Banco Mundial, Jim Yong Kim - um médico com experiência em epidemiologia -, destacou que "uma epidemia da magnitude e complexidade desta não se parece em nada com o que já foi visto até agora".
Jim relatou o caso da Nigéria, que recebeu uma pessoa doente vinda do exterior e conseguiu controlar a epidemia.

"Mas este caso único exigiu milhares de pessoas, de trabalhadores de saúde, de entrevistas e de visitas a domicílios. Estamos diante de uma escala inédita. Podemos parar a epidemia, mas não basta querer ajudar. Será fundamental planejar a ajuda", explicou.

O presidente de Serra Leoa, Ernest Bai Koroma, participou da reunião especial por videoconferência, e fez um apelo dramático por uma cooperação internacional para conter a epidemia.

Koroma disse que Serra Leoa é "o campo de batalha de um dos maiores desafios de vida ou morte que a comunidade global enfrenta (...) O Ebola não é apenas uma doença de Serra Leoa e seus vizinhos: é uma doença de todo o mundo".
Controlar a epidemia, disse Koroma, "é uma luta para todos nós. Devemos provar que a Humanidade está pronta para este novo desafio à nossa existência coletiva".

Na reunião, o chanceler cubano, Bruno Rodríguez, alertou que falta ajuda "em recursos humanos e materiais". Um grupo de 165 médicos cubanos faz parte da linha de frente de combate ao Ebola em Serra Leoa.

Em 18 de setembro, o Conselho de Segurança da ONU classificou a epidemia de "ameaça para a paz e a segurança internacionais", algo inédito para uma emergência sanitária.

A OMS advertiu na terça-feira, 23, que a epidemia seguia um crescimento "explosivo" e que 20.000 pessoas podiam ser contaminadas até novembro, a menos que haja um reforço espetacular nos meios para combatê-la.

AFP

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