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Escândalos de corrupção esquentam debate entre presidenciáveis

04:51 | Set. 17, 2014
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Candidatos trocam acusações envolvendo mensalão, denúncias relacionadas à Petrobras e privatizações. Marina Silva fica longe das polêmicas devido à ordem do sorteio do debate na TV, organizado pela CNBB. As recentes denúncias de corrupção na Petrobras contribuíram para acirrar o debate entre os candidatos à Presidência da República desta terça-feira (16/09), organizado pela CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil). O tema foi trazido à tona pelo candidato Pastor Everaldo (PSC). "Durante a duração desse esquema de corrupção, Dilma foi presidente do conselho da estatal, ministra de Minas e Energia e Presidente da República. E diz que não sabia de nada", afirmou o candidato do PSC, em referência ao mensalão e a escândalos de corrupção na Petrobras. Aécio Neves (PSDB) disse que a atual presidente deveria "se desculpar" frente aos brasileiros pela estatal. "Outra denúncia surgiu e fez com que o mensalão parecesse coisa pequena. Existe uma organização criminosa agindo no seio da Petrobras. Um ex-diretor, nomeado pelo PT, disse que durante esses anos financiava com propina a base de sustentação desse governo", atacou o tucano. Pastor Everaldo aumentou as críticas ao PT, mencionando "condenados" que "saíram com o punho erguido, como se fossem heróis". "O petróleo continua sendo nosso, mas a Petrobras não é", concluiu. Por fim, Aécio afirmou que as denúncias de corrupção na estatal eram apenas "a face visível". "É um governo que usa todas as armas para se manter no poder." Mencionada por seus adversários, a candidata à reeleição Dilma Rousseff (PT) ganhou direito de resposta. A petista afirmou que sempre havia tido "tolerância zero" com a corrupção. Segundo ela, a descoberta dos escândalos pela Polícia Federal significa que o governo não "varre as coisas para debaixo do tapete". "No caso da Petrobras, quem investigou foi um integrante do governo. E fica claro que não é fácil descobrir um esquema daquele tamanho. Nós fortalecemos a PF, criamos o Portal da Transparência, nunca escolhemos um 'engavetador-geral' da República", defendeu. Corrupção do PSDB Aécio também não passou incólume pelo tema. Ao questionar Luciana Genro (PSOL) sobre educação, a candidata apontou casos de corrupção ligados ao PSDB. "O senhor fala como se no governo do PSDB nunca tivesse havido corrupção. Mas todos sabemos que o seu companheiro Eduardo Azeredo foi o criador do mensalão. Então, é o sujo falando do mal lavado", atacou Luciana. Aécio acusou a candidata de ajudar o PT, num "retorno às suas origens". Luciana rebateu a crítica: "linha auxiliar do PT uma ova!". Ela disse que o candidato não tinha resposta por estar ele mesmo envolvido em escândalos. "O senhor foi protagonista da construção de um aeroporto nas fazendas da sua família e deu as chaves para o seu tio. O senhor é tão fanático pelas privatizações que privatizou um aeroporto para a sua família", respondeu Luciana. Desta vez, foi Aécio quem ganhou direito de resposta. Ele chamou a candidata de "irrelevante" e disse que aprendeu "desde cedo que a ética e a política devem caminhar como irmãs siamesas". Marina fora das polêmicas As regras do debate permitiram pouca interação entre os três principais candidatos. Apenas no penúltimo bloco houve maior embate. Em nenhum momento, os candidatos puderam escolher a quem fariam suas perguntas. Marina Silva (PSB), que estava rouca e parecia cansada, acabou praticamente de fora das polêmicas, devido à ordem do sorteio. Oito candidatos participaram do debate, transmitido pela TV Aparecida: Dilma Rousseff (PT), Marina Silva (PSB), Aécio Neves (PSDB), Eduardo Jorge (PV), José Maria Eymael (PSDC), Levy Fidelix (PRTB), Luciana Genro (PSOL) e Pastor Everaldo (PSC). Em pesquisa de intenção de votos divulgada pelo Ibope nesta terça-feira, Dilma apareceu com 36%, seguida de Marina, com 30%. Aécio passou de 15% para 19% das intenções. Num segundo turno, Dilma e Marina seguiram empatadas tecnicamente.

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