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O que exigem israelenses e palestinos?

10:34 | Ago. 08, 2014
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Israel quer sobretudo a desmilitarização do Hamas. Palestinos pedem fim do bloqueio econômico à Faixa de Gaza e libertação de prisioneiros um resumo das principais exigências feitas durante as negociações no Cairo. Quais são as exigências de Israel? Israel exige o fim do lançamento de foguetes a partir da Faixa de Gaza. A região também deve ser desmilitarizada, e o Hamas e outros grupos radicais têm de ser desarmados. Além disso, é preciso impedir que o Hamas construa novos "túneis do terror" ligando a Faixa de Gaza a Israel. Isso seria garantido através de um controle rigoroso das importações de cimento. O material, no entanto, é essencial para a reconstrução das inúmeras casas que foram destruídas no território palestino. Uma das formas de controlar os fornecimentos à Faixa de Gaza seria a colocação de observadores da União Europeia (UE) nas fronteiras. Outra possibilidade é a mobilização das forças de segurança do presidente palestino, o moderado Mahmoud Abbas, nas fronteiras do território. Israel quer evitar o rearmamento do Hamas para impedir o retorno de uma nova onda de violência num futuro próximo. Desde abril de 2001, quando o primeiro foguete Kassam fabricado pelos militantes do Hamas atingiu solo israelense, os habitantes do sul do país vivem sob ameaça constante. Nesse meio tempo, o Hamas aumentou o alcance dos foguetes para 70 quilômetros, o suficiente para atingir também Tel Aviv. Quais são as exigências dos palestinos? Os negociadores palestinos levaram várias exigências para a mesa de negociações. As mais importantes são: O fim do cerco à Faixa de Gaza A Faixa de Gaza faz fronteira com Israel e Egito. As divisas são rigorosamente controladas e em grande parte fechadas para o trânsito de pessoas e o comércio de produtos. Somente produtos de extrema necessidade podem ser importados. O bloqueio israelense existe desde 2006, quando o grupo radical islâmico Hamas venceu as eleições na Faixa de Gaza, derrotando os moderados do Fatah. Em 2008, a Organização das Nações Unidas (ONU) anunciou que não havia mais farinha disponível em seus depósitos na Faixa de Gaza, uma consequência do bloqueio. Ao mesmo tempo foi proibida a importação de materiais de construção. Israel justificou a medida argumentando que o Hamas utilizava o material para construir túneis, através dos quais armas seriam contrabandeadas e militantes, enviados a Israel. Em 2010, Israel liberou as exportações para Gaza de todos os bens não utilizados para fins militares. A liberação de material de construção para fins privados veio em 2012. Uma suspensão do bloqueio naval Como Israel também bloqueia os caminhos marítimos para Gaza, os palestinos querem a construção de seu próprio porto. Atualmente, os suprimentos de ajuda internacional só podem ser recebidos através do porto israelense em Aschdod, de onde são então transportados por terra. Israel proibiu a construção de um porto em alto mar, pois o governo teme que isso poderia ser usado para o envio de armas à Faixa de Gaza. Na lista de exigências dos palestinos também está um aeroporto próprio. Além disso, eles pedem a ampliação da zona de pesca nas águas de Gaza, que foram restritas por Israel. No Acordo de Oslo, a zona de pesca havia sido inicialmente fixada em 20 milhas náuticas. Mas, desde 2009, os pescadores podem avançar apenas três milhas náuticas (5,5 quilômetros) mar adentro. Isso levou a uma queda drástica na renda e à sobrepesca nas áreas costeiras. A fronteira havia sido estendida para seis milhas náuticas, mas, após os foguetes disparados de Gaza, foram novamente reduzidas a três milhas em junho de 2014. A libertação de prisioneiros palestinos O Hamas exige a libertação de dezenas de seus membros que há três anos haviam sido soltos em troca do soldado israelense Gilad Schalit, mas que foram novamente presos pouco antes da eclosão da guerra em Gaza. Segundo informações da Anistia Internacional, mais de 4.500 palestinos se encontravam em prisões israelenses em 2012. Ao menos 178 deles, diz a entidade, nas chamadas detenções administrativas, ou seja, sem que haja acusação ou julgamento. Esse procedimento foi copiado do sistema jurídico do Mandato Britânico da Palestina (1920-1948), que autoriza o aprisionamento de pessoas por tempo ilimitado sem acusações ou processos judiciais, desde que um juiz conceda o prolongamento a cada seis meses. A reconstrução de Gaza Ainda não está claro quem irá financiá-la. Uma conferência de países doadores está planejada para setembro na Noruega. Segundo estimativas palestinas, os ataques israelenses deixaram danos no valor de cerca de 5 bilhões de dólares. Israel avalia os custos em cifras significativamente menores. É dado como certo que os estados árabes do Golfo também participarão do financiamento. No entanto, muitas promessas não foram cumpridas no passado.

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