Merkel defende envio de armas alemãs ao Iraque
"Decidimos entregar as armas num caso excepcional nunca antes visto, onde milícias islâmicas realizam um genocídio aos olhos de todos", disse Merkel durante uma entrevista à emissora pública ARD. A chanceler disse que as armas seriam entregues ao governo regional semi-autônomo curdo, descartando um fornecimento de armas direto para o Partido dos Trabalhadores do Curdistão, conhecido como PKK.
A Alemanha anunciou na última quarta-feira que estava preparada para exportar armas para o Iraque, a fim de ajudar as tropas curdas contra o Estado islâmico. O embarque do equipamento, de acordo com o governo, aconteceria já nos próximos dias.
O movimento é incomum para a Alemanha, que adota uma postura pacifista desde a Segunda Guerra Mundial. A lei alemã proíbe a exportação de armas para zonas de conflito, embora permita algumas exceções, como nos casos de ameaça aos interesses internacionais ou à segurança da Alemanha. Ao longo dos últimos dias, o governo de Berlim justificou a sua decisão apontando para as atrocidades cometidas pelos extremistas.
Merkel afirmou que o país não enviará tropas alemãs para o Iraque, mas quando questionada sobre como os curdos seriam treinados para operar o sofisticado armamento alemão, a chanceler não descartou a possibilidade de que alguns soldados alemães poderiam realizar o treinamento em território iraquiano. Segundo Merkel, ainda não há uma decisão sobre o assunto.
O governo alemão precisa convencer um público cético sobre a entrega de armas para o Iraque. Uma pesquisa publicada nessa sexta-feira mostrou que 67% se opõem a tal decisão, enquanto apenas 27% apoiaram a atitude do governo. O maior temor da população é de que as armas alemãs caiam em mãos erradas. Fonte: Dow Jones Newswires.
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