Para prevenir HIV em gays, OMS recomenda consumo de antirretrovirais diariamente
Medicamento e preservativo cortam em 20% a incidência, diz organizaçãoPela primeira vez, a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomendou que homens gays tomem medicamentos antirretrovirais, além de usar preservativos para evitar a contaminação do vírus da Aids, o HIV. O relatório divulgado pela organização hoje, dia 11 de julho, mostra novas medidas no combate da Aids no mundo.
A OMS chama de “medicamento de profilaxia pré-exposição” e afirma que isso pode reduzir a incidência do HIV entre 20% e 25%. Esta prática evitaria, segundo cálculos da OMS, até 1 milhão de novos casos nesse grupo em um período de dez anos.
O relatório afirma que "taxas de infecção por HIV entre homens que têm relações sexuais com homens continuam altas quase em todos os lugares, e novas opções de prevenção são necessárias com urgência".
Seja assinante O POVO+
Tenha acesso a todos os conteúdos exclusivos, colunistas, acessos ilimitados e descontos em lojas, farmácias e muito mais.
AssineA organização diz que os gays representam um grupo que tem 19 vezes mais chance de contrair o HIV do que a população em geral.
Este novo método para a OMS, “é uma forma de as pessoas que não têm HIV, mas que correm o risco de infecção, prevenirem-se tomando uma única pílula (geralmente uma combinação de dois antirretrovirais) todos os dias".
Para Gottfried Himschall, diretor do departamento de HIV da OMS, esta medida é voltada para os solteiros, e que homens soronegativos que mantém um relacionamento estável não precisam ingerir o medicamento. “em um relacionamento estável em que ambos são soronegativos e não há risco, não há motivo algum para ingerir o medicamento", afirma o diretor.
Outros grupos como os “detentos em prisão, pessoas que usam drogas injetáveis, prostitutas e transgêneros” precisam de uma melhor orientação sobre as doenças relacionadas ao sexo. Para a OMS, a falta de informação ameaça a resposta global ao avanço do vírus.
“Estas pessoas estão sob risco maior de infecção por HIV e, ainda assim, são as que têm menores possibilidades de acesso à prevenção do HIV, exames e serviços de tratamento. Em muitos países eles são deixados de fora dos planos nacionais (de combate ao) HIV e leis e políticas discriminatórias são grandes obstáculos ao acesso”, lembra a organização.
Esta e outras propostas fazem parte de um plano para a prevenção e tratamento em HIV, “Diretrizes Consolidadas para Prevenção, Diagnóstico, Tratamento e Cuidados em HIV para Populações-Chave”. No dia 20 de julho acontecerá a Conferência Internacional sobre Aids, Austrália.