Sétima edição do evento internacional promovido pela Deutsche Welle aborda o papel da internet frente à participação política. Conferência começa na segunda-feira e vai até o dia 2 de julho em Bonn.
"O que está acontecendo na Ucrânia é muito mais uma batalha de informações do que uma guerra física real", afirmou o vice-secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Jamie Shea. O especialista em segurança é um dos palestrantes da edição deste ano do Global Media Forum (GMF), que começa nesta segunda-feira (30/06) em Bonn, na Alemanha.
Segundo o britânico, a internet mudou a forma e o andamento de crises atuais como na Ucrânia, na Tunísia, no Egito, em outros países da Primavera Árabe e na Turquia. Essa mídia oferece a possibilidade de participação em desenvolvimentos sociais a cada vez mais pessoas, afirma Shea.
Esses aspectos serão abordados durante três dias na edição deste ano do GMF, que tem como tema "Da informação à participação os desafios da mídia".
Junto à jornalista britânica Sarah Harris, considerada como íntima de Edward Snowden, e outros especialistas, Shea vai debater na quarta-feira como a segurança pode ser garantida na sociedade global da informação e como abusos podem ser evitados.
DW com novo diretor-geral
Essa é a sétima edição do evento promovido pela Deutsche Welle e a primeira do novo diretor-geral da instituição, Peter Limbourg.
"Nós alcançamos muitas pessoas no mundo, temos assuntos muito interessantes e acho que devemos nos orgulhar deste Global Media Forum", afirma Limbourg. Para o diretor-geral, o evento, que conta com cerca de 2 mil participantes de mais de 100 países, tem um papel importante no panorama midiático. "Não é possível mudar o mundo, mas podemos apontar para temas importantes, como o deste ano, que questiona a participação no mundo digital", reforça Limbourg.
Internet e segurança
Na terça-feira o plenário discute como os meios de comunicação podem contribuir para a formação de opinião política na era digital.
A diretora da campanha da associação Avaaz, Emma Ruby Sachs, a jornalista americana e fundadora da emissora americana Democracy Now!, Amy Goodman, e o diretor de mídia da Unesco, Guy Berger, conversam com Matthew Armstrong, integrante da agência federal de controle da mídia pública americana, a Broadcasting Board of Governors, sobre o duplo papel da internet: por um lado, a internet possibilita mais participação política dos cidadãos com plataformas online e governo eletrônico. Pelo outro, levanta questões sérias sobre segurança de informações e informantes, além dos limites da liberdade de imprensa e expressão.
Após o plenário, o ministro alemão do Exterior, Frank-Walter Steinmeier, dará uma palestra, na qual vai abordar o tema da conferência sob o ponto de vista da política externa. Um dos principais objetivos do GMF é conectar participantes do mundo inteiro. Assim foi nos últimos anos e deve ser também neste ano, deseja Limbourg.
Diversos pontos de vista
Justamente o confronto entre diferentes pontos de vista distingue a conferência. Debates interessantes estão programados, como a discussão sobre o futuro do jornalismo e o papel de veículos de comunicação internacionais.
Esse plenário na segunda-feira conta com a presença do diretor-geral da Deutsche Welle, do presidente da editora Axel Springer, Mathias Döpfner, do diretor de notícias da Al Jazeera, Salah Negm, do presidente do site The New Arab Debates, Tim Sebastian, do jornalista e professor da Universidade de Nova York Jeff Jarvis, e do diretor-executivo da emissora indiana Prasar Bharati, Jawhar Sircar.
Durante a sua programação, a DW-TV vai exibir programas especiais sobre o Global Media Forum.
A abertura na segunda-feira às 11h30 (hora local) e a entrega do prêmio aos vencedores do The Bobs, o concurso de ativismo online da Deutsche Welle, às 17h30 (hora local), serão transmitidas ao vivo. Além disso, todos os plenários serão transmitidos via Livestream na internet.
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