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Ucrânia acusa Rússia de não reconhecer presidente eleito

13:56 | Mai. 31, 2014
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Ministro ucraniano do Exterior diz que russos querem influenciar opinião pública internacional contra eleição de Petro Poroshenko para a presidência. Novo chefe de Estado terá encontro com Barack Obama na próxima semana. A Ucrânia acusou a Rússia neste sábado (31/05) de lançar uma campanha internacional para tentar persuadir poderes globais a não reconhecer as eleições realizadas há uma semana no país e que definiram o magnata Petro Poroshenko como novo presidente ucraniano. Kiev acusa Moscou de tentar usar todas as armas para minar a legitimidade do pleito, que ocorreu em meio à grande tensão no leste da Ucrânia. "Já se passaram cinco dias desde as eleições e ainda não houve um reconhecimento oficial. Obviamente a Rússia não tem base legal para questionar a legitimidade das eleições", declarou Andriy Deshchytsia, ministro do Exterior da Ucrânia, em artigo publicado neste sábado no jornal Kyiv Post. Segundo Deshchytsia, a "massiva campanha" lançada pelo Kremlin traz uma avalanche de "notícias falsas" e mostra que esta é a " última chance da Rússia de tentar influenciar a opinião pública internacional". "Sem base moral, mas com muitos amplos recursos exatamente o jeito do Kremlin de fazer as coisas". Conhecido como "rei do chocolate", Poroshenko, 48, ganhou as eleições presidenciais realizadas na Ucrânia no último dia 25 com 54,7% dos votos. Devido à resistência de separatistas, houve dificuldades para votar em várias cidades do leste do país controladas pelos insurgentes. Pelo fim da tensão O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, confirmou um encontro com Poroshenko na próxima quarta-feira, quando o chefe de governo americano vai a Varsóvia. Obama considera importante um contato direto com Poroshenko a fim de mostrar o comprometimento dos EUA com o povo ucraniano, afirmou a Casa Branca. Para Washington, a eleição do novo presidente na Ucrânia é uma oportunidade para que ucranianos e russos trabalhem juntos pelo fim da tensão na região. E os americanos reconhecem que a Rússia deu pelo menos um passo dois terços das tropas russas foram retirados da fronteira com a Ucrânia, confirmou Jen Psaki, porta-voz do Departamento de Estado americano. "Queremos, agora, ver a retirada completa das tropas", afirmou a porta-voz. Segundo estimativa do governo americano, 40 mil soldados chegaram a ser colocados a postos ao longo da fronteira desde o início da tensão na região. Na sexta-feira, porém, a Rússia acusou as Forças Armadas ucranianas de violação da quarta Convenção de Genebra, que trata da proteção de civis em tempos de guerra, por matar e ferir "civis pacíficos", durante os combates contra os rebeldes pró-russos. A acusação partiu da Comissão de Investigação russa, que abriu um inquérito sobre a atuação das Forças Armadas ucranianas de acordo com a lei russa, para provar "o uso de meios e métodos banidos na disputa de uma guerra". Moscou disse ter iniciado sua própria investigação, porque "hoje, não existe um país no mundo que seja capaz de aceitar o óbvio: que as ações das autoridades ucranianas são criminosas". Observadores desaparecidos A Organização para Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) afirma que continua sem contato com os oito observadores que desapareceram nesta semana no leste da Ucrânia. Eles se encontram sob custódia dos rebeldes separatistas que controlam boa parte da região. O líder separatista Vladimir Rogov declarou que os quatro observadores internacionais da Dinamarca, Estônia, Suíça e Turquia foram detidos na segunda-feira sob "suspeita de espionagem". "Estamos mantendo contato direto com a OSCE. A organização sabe que está tudo bem com eles", afirmou Rogov na cidade de Donetsk. MSB/afp/dpa/lusa

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