Participamos do

Suspeitos de apedrejamento de grávida no Paquistão são presos

A mulher de 25 anos foi morta por ter se casado sem autorização na última terça-feira, 27
10:36 | Mai. 30, 2014
Autor O POVO
Foto do autor
O POVO Autor
Ver perfil do autor
Tipo Notícia

Quatro homens foram detidos no Paquistão pela morte de uma mulher grávida, que foi apedrejada pela própria família, um caso que provocou grande indignação da opinião pública.

Farzana Parveen, de 25 anos, morreu na última terça-feira, 27, ao ser apedrejada diante do tribunal de Lahore, uma cidade de 10 milhões de habitantes, por quase 30 integrantes de sua família que não aceitavam o casamento da jovem com um agricultor local.

O assassinato brutal provocou uma onda de indignação e destacou mais uma vez o horror dos crimes de honra e a fragilidade da situação das mulheres no Paquistão, um país no qual muitos casamentos são combinados pelas famílias.

A polícia prendeu na terça o pai de Farzana, mas o primeiro-ministro Nawaz Sharif exigiu às autoridades locais resultados urgentes na investigação.

"A equipe especial de investigação da polícia prendeu mais quatro homens, um tio e dois primos da mulher e um motorista", afirmou à AFP um dos investigadores, Zulfiqar Hameed.

Em uma guinada macabra no crime, o viúvo da jovem assassinada, Mohamed Iqbal, confessou que matou a primeira esposa para casar com Farzana.

"Estava apaixonado por Farzana e matei minha primeira mulher por causa deste amor", declarou Mohamad Iqbal, que confessou ter cometido o crime com um estrangulamento.

Iqbal afirmou que não teve que cumprir a pena de prisão. Seu filho, que denunciou o assassinato à polícia, terminou por perdoar o pai.

 

Leis polêmicas em vigor no Paquistão permitem, por exemplo, que o autor de um homicídio faça a proposta de uma compensação financeira (o 'preço do sangue') à família para não cumprir a pena.

Uma vez em liberdade, o assassino convenceu Farzana a casar com ele. Mas a família da jovem não aceitou a união, não porque ele havia assassinado a esposa, mas porque o dote econômico era insuficiente, segundo Iqbal.

Estados Unidos, Reino Unido e ONU denunciaram o assassinato da jovem grávida de três meses e pediram ao Paquistão medidas concretas e rápidas para impedir os crimes de honra.

Seja assinante O POVO+

Tenha acesso a todos os conteúdos exclusivos, colunistas, acessos ilimitados e descontos em lojas, farmácias e muito mais.

Assine

AFP

Dúvidas, Críticas e Sugestões? Fale com a gente