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Pistorius tinha transtorno de ansiedade, segundo psiquiatra

08:57 | Mai. 12, 2014
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O julgamento contra o campeão paralímpico sul-africano Oscar Pistorius foi retomado nesta segunda-feira com a presença de uma psiquiatra forense, que garante que o velocista tinha um transtorno de ansiedade.

"Na minha opinião, Pistorius tinha um transtorno de ansiedade", declarou a psiquiatra Meryll Vorster, que compareceu a pedido da defesa de Pistorius para depor sobre os sentimentos de vulnerabilidade do atleta.

Vorster, que também se reuniu com a família e com amigos de Pistorius para elaborar o relatório, declarou que este transtorno tem sua origem na dupla amputação das pernas de Pistorius, quando seus pais o encorajaram a levar uma vida o mais normal possível.

"Com o tempo isso pode ter gerado a ansiedade", declarou a psiquiatra. A defesa busca demonstrar que esta vulnerabilidade influenciou para que Pistorius confundisse sua namorada Reeva Steenkamp com um intruso no dia 14 de fevereiro de 2013, quando a matou a tiros.

"Criaram as crianças para que vissem seu entorno externo como uma ameaça", declarou Vorster em referência aos pais de Pistorius, acrescentando que sua mãe, que dormia com uma arma de fogo sob o travesseiro, levou as crianças a serem mais ansiosas.

À medida que a especialista testemunhava, Pistorius se mostrava mais emocional. Sua irmã Aimee permanecia impassível, encarando o horizonte.

A morte da mãe do velocista quando ele tinha 10 anos levou à perda de seu único referencial adulto, já que os pais estavam divorciados, disse Vorster.

Aos 21 anos, quando já era um atleta economicamente independente, Pistorius "rompeu os laços com seu pai". Pouco depois comprou uma pistola.

"As pessoas com um transtorno de ansiedade trabalham duro para controlar seu entorno", declarou a psiquiatra no início da oitava semana deste julgamento, iniciado no dia 3 de março e que está chegando ao fim.
AFP

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