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José Mário Vaz vence eleição presidencial na Guiné-Bissau

06:13 | Mai. 21, 2014
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Contagem provisória indica ampla vitória do candidato sobre o oponente Nuno Gomes Nabiam, que discordou dos números apresentados. Oposição quer impugnar resultado. O candidato José Mário Vaz, apoiado pelo Partido Africano da Independência da Guiné-Bissau e Cabo Verde (PAIGC), obteve 61,9% dos votos no segundo turno da eleição presidencial, realizada no domingo passado (18/05), enquanto o candidato Nuno Gomes Nabiam recolheu 38,1%. O resultado foi divulgado pela Comissão Nacional de Eleições (CNE) nesta terça-feira (20/05) em Bissau. O PAIGC já havia conquistado a maioria absoluta nas eleições legislativas de 13 de abril e conseguiu agora eleger o presidente. José Mário Vaz, que foi ministro das Finanças do governo deposto no golpe de Estado de abril de 2012, venceu em 22 dos 29 círculos eleitorais da Guiné-Bissau. Em declarações à imprensa local, José Mário Vaz prometeu uma nova Guiné a partir de agora. "Quero dizer aos guineense que chegou o momento para voltarmos a página. A Guiné-Bissau vai conhecer novos rumos e portanto vamos trabalhar para o bem-estar do nosso povo e da nossa terra." Oposição quer impugnar resultados O candidato derrotado, Nuno Gomes Nabiam, diz que, pelas contas que fez, é na verdade ele o grande vencedor da eleição, pelo que nas próximas horas tomará uma decisão pública se aceita ou não os resultados da CNE. "Os resultados divulgados não estão em conformidade com os nossos. Penso que venci essas eleições, mas iremos falar sobre esses resultados mais tarde". Entretanto, segundo a agência de notícias Lusa, a direção da campanha de Nuno Nabiam anunciou que vai impugnar os resultados anunciados pela CNE. Com essa posição de Nuno Gomes Nabiam, aumentou ainda mais o clima de tensão político-militar que desde dias se vive no país. Mas, José Ramos-Horta, representante da ONU, tem garantias dos militares de que não vão intervir no processo. "As chefias militares comprometeram-se a manter a segurança sobretudo dos apoiantes dos candidatos". UA pede suspensão das sanções contra a Guiné-Bissau A União Africana (UA) afirma que, com a publicação dos resultados, está agora aberta a possibilidade de serem levantadas as sanções impostas à Guiné-Bissau quando do golpe militar de 2012. Para Ovídio Pequeno, da UA, "estamos num processo e estou convencido que o Conselho da Paz e Segurança da UA tomará nota desse proccesso. Aguardamos a tomada de posse dos novos dirigentes e a partir daí iremos falar sobre o levantamento das sanções". Também Joaquim Ducai, chefe da delegação da União Europeia, abre uma nova janela para o país dentro da UA. "Nunca abandonamos o povo da Guiné-Bissau e vamos continuar a apoiá-lo", concluiu. Na contagem total, Vaz conseguiu 364.394 votos contra 224.089 para Nabiam, candidato independente apoiado pelo Partido da Renovação Social (PRS), principal força da oposição, e conotado com os militares autores do golpe de Estado de 2012.

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