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Exército egípcio mata líder jihadista no último dia de campanha eleitoral

Vários funcionários de alto escalão confirmaram a morte de Shadi el-Menei, considerado o líder deste grupo jihadista inspirado na Al-Qaeda, e que reivindicou uma série de ataques contra as forças de segurança
17:49 | Mai. 23, 2014
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O exército egípcio matou nesta sexta-feira, 23, o líder do Ansar Beit al Maqdis, o grupo jihadista mais importante do Egito, no último dia de campanha eleitoral, durante a qual o grande favorito, Abdel Fatah al-Sissi, reiterou sua prioridade de lutar contra os terroristas.

Vários funcionários de alto escalão confirmaram a morte de Shadi el-Menei, considerado o líder deste grupo jihadista inspirado na Al-Qaeda, e que reivindicou uma série de ataques contra as forças de segurança desde a deposição, em julho, do presidente islamita Mohamed Mursi. Segundo várias fontes, as forças de segurança abriram fogo contra o carro de Menei no centro do Sinai, quando se preparava para lançar junto a outros três terroristas um ataque contra um gasoduto.

No entanto, outros funcionários de segurança afirmaram que agressores não identificados assassinaram Menei e outros cinco membros do Ansar Beit al-Maqdis (Partidários de Jerusalém, em árabe). A morte do líder jihadista não pôde ser confirmada por fontes independentes. No norte do Sinai, outro ataque perto da passagem fronteiriça de Rafah deixou um oficial morto e dois policiais feridos, segundo autoridades da segurança.

Os especialistas indicam que o Ansar Beit Al-Maqdis, do qual se ignoram as fontes de financiamento e sua estrutura, é o único grupo armado capaz de desestabilizar o Egito. Os ataques contra as forças de segurança se multiplicaram em resposta à repressão contra os partidários de Mursi, que deixou 1.400 mortos e 15.000 pessoas detidas, muitas delas condenadas à morte.

Uma bomba artesanal explodiu nesta sexta-feira sem deixar feridos perto de um posto de combustível controlado pelo exército em um bairro do Cairo, onde horas antes as forças de segurança dispersaram manifestantes pró-Mursi com bombas de gás lacrimogêneo, segundo autoridades da segurança. "Não nos deteremos até vingar o sangue e o corpo dos muçulmanos", afirmou o Ansar Beit al-Maqdis em um comunicado publicado no dia 4 de maio. Egito, Estados Unidos e Reino Unido declararam como organização terrorista este grupo jihadista, fundado em 2011 após a revolta popular que derrubou o ex-presidente Hosni Mubarak.

Antes da destituição de Mursi, o Ansar Beit tinha como alvo prioritário Israel. Em janeiro chegou inclusive a lançar um foguete contra a região israelense de Eliat, no mar Vermelho. As autoridades acusam a Irmandade Muçulmana de estar por trás dos ataques do Ansar Beit al-Maqdis, alegação desmentida pelo movimento. Nos últimos meses, a organização ampliou seu campo de ação ao Delta do Nilo, assim como a certas zonas do Cairo, segundo os especialistas. Antes, suas atividades se limitavam ao norte da desértica península do Sinai.

Tawfiq Mohamed Farej, um dos fundadores do grupo jihadista, morreu em março em um acidente rodoviário que provocou a explosão de uma bomba que transportava em seu veículo. O governo, dirigido de fato pelo exército, garantiu que mais de 500 pessoas, principalmente policiais e soldados, faleceram em em atentados após a destituição de Mursi. O artífice desta destituição, o marechal Sissi, é o grande favorito na eleição presidencial de segunda e terça-feira contra seu único rival, o líder esquerdista Hamden Sabahi.

AFP

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