Participamos do

Apesar de falhas, novo terminal de Guarulhos agrada a passageiros

06:40 | Mai. 21, 2014
Autor O POVO
Foto do autor
O POVO Autor
Ver perfil do autor
Tipo Notícia
Novo terminal é "bonito e agradável", mas usuários reclamam de falta de assentos e de sinalização. Para Dilma, maior aeroporto da América Latina será cartão de visitas na Copa. O terminal 3 do Aeroporto Internacional de Guarulhos, na Grande São Paulo, foi inaugurado oficialmente nesta terça-feira (20/05), com a presença da presidente Dilma Rousseff. Mesmo com alguns problemas, o novo espaço causou boa impressão. "Achei muito bonito, grande, limpo e agradável. Contrasta bastante com a parte antiga", disse o argentino Alberto Hector, de 68 anos, acompanhado da brasileira Elaize Presbítero, de 58. O casal, entretanto, reclamou da falta de sinalização. "Faltam placas, com as direções para cada companhia aérea, por exemplo. Acabamos nos perdendo. Acho que deveriam oferecer um mapa", sugeriram. A avaliação de Regina Feriani, de 52 anos, também foi positiva. A cadeirante, a caminho da Holanda, conta que não teve problemas para acessar o terminal. "Os elevadores funcionavam bem e recebi assistência." Em funcionamento desde o dia 11 de maio, o terminal 3 é voltado para voos internacionais e tem capacidade para receber 20 milhões de pessoas por ano, na fase inicial. Até a Copa do Mundo, oito empresas serão transferidas para o novo terminal, o que representa 25% das operações internacionais de Guarulhos. Quando a transição estiver completa, o espaço receberá 25 companhias, o equivalente a 80% desses voos. Falta de preparo Uma das falhas do aeroporto é a falta de assentos na área pública, o espaço anterior ao raio-x e aberto a visitantes. Segundo Antônio Miguel Marques presidente da GRU Airport, concessionária que administra o aeroporto , os móveis já foram comprados e serão instalados nos próximos dias. Outro problema é a qualidade do serviço. Passageiros costumam reclamar que as bagagens demoram a chegar às esteiras. Além disso, turistas estrangeiros dizem que os atendentes são despreparados e não falam inglês. No guichê de informações, a funcionária não dispunha dos horários de saída dos ônibus para o centro de São Paulo e também não soube dizer o preço exato da passagem (R$ 36,50). Ela precisou ligar para um colega para obter a informação. Na cerimônia de inauguração do terminal, Marques afirmou que o aeroporto está investindo em treinamento. "Estamos colocando mais gente e capacitando todos os funcionários", disse. Amplo e iluminado O terminal recém-inaugurado é amplo, com pé direito alto, equipamentos modernos e iluminação natural. Os dois pátios que atendem ao terminal têm capacidade para 34 aeronaves. No total, são 108 posições no aeroporto. Ao contrário dos terminais antigos, o tamanho da área restrita é maior do que a pública. O objetivo é que o passageiro realize os procedimentos de embarque e aguarde o voo no setor restrito. Por isso, a maior parte das lojas e restaurantes está localizada depois da inspeção de raio-x. Segundo a GRU Airport, são mais de cem estabelecimentos comerciais. No dia da inauguração oficial, entretanto, muitas lojas ainda não estavam prontas. O novo espaço está ligado ao terminal 2 através de uma passarela, com esteiras rolantes. Quem estiver com muita bagagem ou tiver dificuldades de locomoção pode optar por fazer o translado com o serviço interno de microônibus, que funcionava bem no dia da inauguração. Aumento da demanda De acordo com Marques, a demanda de passageiros no aeroporto cresce por volta de 16% ao ano. "Já investimos quase 3 bilhões de reais em melhorias. Mas, para dar conta do aumento da demanda, temos que continuar os investimentos. Em outubro, começamos a reforma dos terminais 1 e 2", assegurou. A obra deve durar 18 meses e ser entregue no primeiro semestre de 2016. Guarulhos é o aeroporto mais movimentado do país. Em 2012, 32,8 milhões de passageiros passaram pelo local. A previsão para 2014 é de mais de 40 milhões. "De cada três pessoas quem vêm ao Brasil de avião, duas entram por Guarulhos", disse Marques. A presidente Dilma também mencionou o aumento da demanda e o relacionou com uma diminuição das desigualdades sociais. Ela destacou a ascensão de 42 milhões de pessoas à classe média nos últimos anos. "Também houve um grande aumento de pessoas que eram da classe C e passaram para classe B. E o avião virou um transporte de massa, que antes não era, era um transporte de segmentos privilegiados da população", disse. Aviação regional Durante o discurso de inauguração de Guarulhos, Dilma reforçou a proposta de construção de 270 aeroportos regionais. Segundo ela, é importante assegurar que toda cidade média tenha um aeroporto a menos de 100 quilômetros de distância. "Esses aeroportos terão a seu favor uma política clara de incentivo. Primeiro, a isenção total de tarifas aeroportuárias e a concessão de um subsídio para passagens em rotas originadas ou destinadas para esses aeroportos, sempre que essa medida for necessária para garantir a regularidade dos voos", defendeu. Segundo o ministro da Aviação Civil, Moreira Franco, uma proposta de subsídio será enviada ao Congresso Nacional. Copa do Mundo No evento de inauguração, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, descreveu o novo terminal como "o primeiro gol da Copa". "É um belíssimo gol, do Neymar." Dilma também ressaltou a importância do aeroporto e a aproximação da Copa do Mundo. "Guarulhos se tornou o maior aeroporto do Brasil e da América Latina. E também o maior do hemisfério Sul. Estamos perto da Copa e tenho certeza que ele será um grande cartão de visitas que o Brasil apresenta para os nossos visitantes", disse. Para Moreira Franco, os aeroportos brasileiros estão preparados para atender à demanda do Mundial. "Não teremos na Copa tantos passageiros como tivemos no fim do ano, quando a infraestrutura estava bem mais acanhada do que hoje", afirmou. O ministro declarou, entretanto, que os atrasos nas obras em alguns aeroportos, como o de Fortaleza, são uma "frustração". "Quem não cumprir o contrato tem que ser punido, porque não é possível que esse ambiente de leniência ainda exista no país. É uma frustração. Mas vamos ter que nos habituar a viver em um país sério, que cumpre o contrato. É uma determinação da presidenta."

Dúvidas, Críticas e Sugestões? Fale com a gente