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Lagarde prevê debate maior de reforma do FMI em 2015

17:20 | Abr. 12, 2014
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A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, afirmou neste sábado a jornalistas que caso a reforma da instituição, que dobraria o capital do Fundo e daria maior poder de voto aos emergentes, não seja completada até o final deste ano, um outro debate vai ocorrer no começo de 2015, que pode incluir a "reforma da reforma". Ou seja, mudanças na reforma aprovada em 2010 para viabilizar sua conclusão.

Lagarde participou de uma entrevista à imprensa na tarde deste sábado. Logo na abertura de sua apresentação mencionou o atraso da reforma do Fundo, que foi definida em 2010, mas até agora não foi completada por que o Congresso dos EUA ainda não a aprovou.

O atraso de quatro anos para completar as mudanças do FMI virou um dos temas principais da reunião de primavera da instituição, que termina neste domingo em Washington. Pela primeira vez se falou oficialmente em buscar alternativas caso o Congresso dos EUA emperre novamente a aprovação das medidas. O assunto foi tema dos comunicados finais do G20, grupo formado pelos países mais ricos do mundo, e do Comitê Monetário Financeiro Internacional (IMFC, na sigla em inglês (IMFC), órgão que dá as diretrizes políticas para o FMI.

Na mesma entrevista de Lagarde, o ministro das Finanças e vice-primeiro ministro de Cingapura, Tharman Shanmugaratnam, que preside o IMFC, afirmou que é "inteiramente possível que os EUA retifiquem a reforma até o final do ano". Para ele, tem havido maior consenso dentro do Congresso norte-americano sobre a importância de um FMI mais forte, para fazer face aos novos desafios da economia global. Sem a mudança do FMI, não haveria um mundo melhor para os EUA, para o próprio Fundo e para os países membros, disse ele a jornalistas.

Na manhã deste sábado, o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Jacob Lew, prometeu "trabalhar ativamente" com o Congresso norte-americano para aprovar a medida. A reforma foi incluída na proposta orçamentária para o ano fiscal de 2015, que começa em outubro, disse Lew em seu discurso no IMFC. Mas a expectativa mostrada por autoridades na reunião de primavera do FMI é que é pouco provável que o tema entre na pauta do Congresso antes das eleições de novembro, que vai trocar todos os assentos da Câmara dos Representantes, e 36 dos 100 Senadores.

Equilíbrio

Lagarde disse também hoje que é preciso um maior equilíbrio nas economias emergentes e, ao mesmo tempo, que vê um crescimento mais equilibrado nos Estados Unidos e na China. Sobre a zona do euro, a diretora se mostrou favorável a mais estímulos pelo Banco Central Europeu (BCE) para evitar o risco de deflação, caso seja necessário. "Encorajamos o BCE a utilizar as ferramentas contra a inflação baixa", afirmou.

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