Diplomata se desculpa por falha da ONU em Ruanda
O ex-embaixador da Nova Zelândia Colin Keating emitiu uma rara desculpa durante uma reunião do conselho para lembrar os 20 anos do genocídio e examinar o que foi feito desde então para evitar eventos similares.
A sessão aberta foi elogiada pelo compromisso da ONU em colocar os direitos humanos no centro de seu campo de atuação, mas a organização foi amplamente criticada por falhar em prevenir atrocidades semelhantes na Síria, na República Centro Africana e no Sudão do Sul.
Keating lembrou que em 1994 Nova Zelândia, Nigéria, República Tcheca e Espanha, apoiados por Argentina e Djibuti, insistiram na condenação do genocídio de Ruanda e pediram um reforço na missão da ONU, mas a maioria dos membros permanentes com poder de veto rejeitaram o pedido. Entre eles estavam EUA e França.
Ele lembrou que o secretariado da ONU ocultou "um conselho fundamental" que fornecia avisos antecipados sobre o provável genocídio, e disse que um relatório da Comissão de Direitos Humanos sobre a possibilidade do genocídio nunca foi trazido ao conselho.
O embaixador de Ruanda para a ONU, Eugène-Richard Gasana, afirmou que os ataques contra a etnia Tutsi em 1994 ressaltaram como os métodos de prevenção da ONU "fracassaram por completo". Ele lembrou que as cenas horríveis na Síria, na República Centro Africana e no Sudão do Sul convenceram muitas pessoas que a organização ainda tem um longo caminho a percorrer nessa questão. Fonte: Associated Press.
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