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Ex-repúblicas soviéticas na mira de Moscou

16:49 | Mar. 22, 2014
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Depois da Crimeia, outros vizinhos da Rússia podem ser vítimas do novo expansionismo de Putin. DW examina as situações dos diferentes países, do Báltico ao Cáucaso, passando pela União Europeia. Após a anexação da península da Crimeia à Federação Russa, observadores se perguntam se o presidente Vladimir Putin terá na mira outros países na periferia da Rússia. A Deutsche Welle apresenta os eventuais candidatos na campanha expansionista do Kremlin. Países do Báltico Devido a sua localização na costa leste do Mar Báltico, a Estônia, Letônia e Lituânia são designadas "Países Bálticos". Em 1940, os três países foram ocupados pela União Soviética. Em 1991, foram os primeiros a se desligar da antiga União Soviética, declarar independência e se voltarem para o Ocidente, e hoje são membros tanto da União Europeia quanto da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Ainda assim, a longa sombra da Rússia ainda se estende sobre a região, fortemente dependente do petróleo e gás russos. Estônia: Cerca de um quarto de seus 1,3 milhões de habitantes é de origem russa. O Estado no extremo nordeste da Europa tem muitas florestas, possui mais de 1.500 ilhas e é considerado local promissor para firmas de internet. Letônia: Um pouco maior, era altamente industrializada na época soviética e atraiu muitos imigrantes russos. Mais de um quarto de seus atuais 2 milhões de habitantes fala russo. A agricultura, pesca e silvicultura são os principais pilares da economia local. Lituânia: Com população de 3 milhões, foi a primeira república a se declarar independente da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS). No entanto, até hoje mantém laços econômicos estreitos com a Rússia, sua principal parceira de negócios, para onde vai quase 18% das exportações lituanas. Moscou observa o país com atenção especial, pois ele faz fronteira com o enclave russo Caliningrado. Vizinhos na União Europeia Mais para o sul, Belarus, Ucrânia e a República da Moldávia formam uma zona-tampão entre a Rússia e a UE, que há alguns anos vêm se expandindo em direção ao leste. Enquanto Belarus aderiu à União Aduaneira Russa, a Ucrânia e a Moldávia são do interesse ativo da UE. Belarus: Após o colapso da União Soviética, tornou-se independente em 1991. Desde 1994, o presidente Alexander Lukashenko governa o país com punho de ferro. Ele se opõe à privatização das empresas estatais economia privada é praticamente inexistente e tem grande interesse no estreitamente das relações com Moscou. O país depende muito do petróleo russo. Grande parte do transporte do petróleo e gás da Rússia para a Europa Ocidental se dá através de Belarus. Ucrânia: Há bastante tempo o país está nas manchetes, devido a meses de protestos, deposição do presidente, novo governo interino e o referendo na Crimeia, que definiu a anexação da península pela Rússia. A Ucrânia tem uma longa história de submissão a potências estrangeiras: segundo certos estudiosos, seu nome significaria "terra fronteiriça". No tocante ao idioma, história e política, o país é profundamente dividido. Um terço dos habitantes têm o russo como língua materna, e o leste é fundamentalmente pró-russo. A Ucrânia é vital para o abastecimento da Rússia com gêneros alimentícios e também um ponto nodal para as exportações russas de energia, além de importante fornecedor de água e eletricidade para a Crimeia. O país e a UE trabalham em direção a um acordo de associação, que já foi em parte assinado. República da Moldávia: Até ser anexada pela União Soviética em 1940, pertencia à Romênia. Com 4 milhões de habitantes, ela luta contra tendências separatistas internas, sobretudo nas regiões da Transnístria e da Gagaúzia. Em seus esforços por um contato mais estreito com a Moldávia, a UE está negociando um acordo de associação. Em contrapartida, Moscou tenta forçar a república a aderir a sua união aduaneira, por exemplo, boicotando as exportações moldávias de vinho e produtos agrícolas. Cáucaso O Cáucaso, na interface entre a Europa e a Ásia, é uma das regiões de maior diversidade linguística e cultural do planeta, mas também é um viveiro de conflitos. Com exceção do Azerbaijão, rico em petróleo, a maioria dos países da região não conseguiu se firmar economicamente na era pós-soviética, o que origina grandes conflitos sociais. A influência russa continua sendo enorme. Os principais focos de crise são a Abkházia, a Ossétia do Sul, Inguchétia, Tchetchênia e o Daguestão. Abkházia: Em 1999, declarou sua independência em relação à Geórgia, que não reconhece a separação. Porém, a economia do país de 250 mil habitantes foi prejudicada na luta pela autonomia. A Rússia procura intensificar sua influência e recentemente aumentou seus investimentos na Abkházia, além de usar o país desde 2010 para estacionar seus mísseis antiaéreos. Ossétia do Sul: Reconhecida pela Rússia como Estado independente depois da guerra na Geórgia, ela é hoje um enclave de 70 mil habitantes, extremamente dependente de verbas russas. Sua quota de desemprego é alta, assim como seu custo de vida. Há anos ela se empenha pelo ingresso na Federação Russa. Inguchétia: República autônoma dentro da Federação Russa, com população de 400 mil, na maioria, muçulmanos. As origens étnicas são de grande importância em sua sociedade. Tchetchênia: Em 1991, após o fim da URSS, declarou sua independência em relação à Rússia. Três anos mais tarde o Kremlin enviou tropas para o país para restabelecer sua autoridade, resultando na primeira Guerra da Tchetchênia, terminada em 1996 com a fragorosa derrota da Rússia. Em 1999 os militares russos retornaram ao país. A taxa de desemprego e pobreza é grande entre os 1,25 milhão de tchetchenos, apesar das injeções financeiras de Moscou para a reconstrução. Daguestão: Assim como a Inguchétia e a Tchetchênia, é uma república autônoma dentro da Rússia, com quase 3 milhões de habitantes e maioria muçulmana. O russo é a primeira língua oficial, embora 3,5% da população seja de etnia russa. A extração de petróleo e gás são os setores econômicos mais importantes, ao lado da pesca. As autoridades do país são avaliadas como basicamente fiéis a Moscou, mas também extremamente corruptas.

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