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Síria entrega relatório de armas químicas dentro do prazo

12:54 | 21/09/2013
Organização que media acordo entre EUA e Rússia para acabar com armas químicas sírias agora revisa as informações repassadas por Damasco. Moscou ameaça tirar apoio a Assad, caso Damasco não entregue controle de arsenal. O governo da Síria entregou neste sábado (21/09), dentro do prazo estabelecido, a esperada lista com detalhes sobre o programa de armas químicas do país para a Organização pela Proibição de Armas Químicas (OPCW), entidade responsável pela implementação e supervisão da Convenção internacional de Armas Químicas. Em nota emitida neste sábado, a OPCW afirmou que agora vai revisar as informações contidas no relatório emitido pelo governo em Damasco. A organização vem mediando um acordo entre Estados Unidos e Rússia para garantir a destruição do arsenal químico sírio. Inspetores da OPCW verificarão in loco as informações repassadas pela Síria e ajudarão o país a proteger suas armas e instalações até a completa destruição delas. Um calendário com os próximos passos ainda será montado e anunciado nos próximos dias. Neste mês, americanos e russos acertaram um acordo com o objetivo de acabar com as reservas de armas químicas na Síria até o meio do ano que vem. O acerto evitou que os EUA iniciassem ataques contra o presidente sírio, Bashar al-Assad. Washington acusa Damasco de ter usado gás venenoso contra civis no dia 21 de agosto, matando centenas de pessoas. Diplomatas das Nações Unidas estão tentando discutir uma resolução a fim de assegurar o cumprimento do acordo por parte da Síria. Primeiramente, porém, eles precisam do documento estruturando o que secretário americano de Estado, John Kerry, chama de "regras e regulamentações" de desarmamento, que ainda serão acertadas pela OPCW. Estados Unidos, França e Reino Unido concordam com uma resolução firme, possivelmente considerando o Capítulo 7 da Carta da ONU, que permite o uso da força ou de sanções para garantir o cumprimento do acordo. Mas a Rússia membro permanente do Conselho de Segurança e aliada de Damasco se opõe veementemente a ações militares. Aviso de Moscou Apesar de tradicional aliado de Assad, o presidente russo, Vladimir Putin, avisou que pode abandonar o colega sírio, caso o governo em Damasco não demonstre comprometimento com o acordo sobre controle do arsenal de armas químicas. O alerta foi divulgado em declaração dada neste sábado pelo chefe de gabinete de Putin, Sergei Ivanov. Ivanov disse, ainda, que a Rússia espera conhecer os detalhes de todas as armas químicas de posse do regime Assad dentro de uma semana, ainda que leve até três meses para que seja decidido quanto tempo será necessário para eliminá-las completamente. "Estou falando teoricamente e hipoteticamente, mas se ficar provado que Assad está enganando, mudaremos nossa posição", garantiu o porta-voz. Ele reiterou, entretanto, a rejeição por parte de Moscou de uma intervenção militar na Síria, afirmando que tal ação iria beneficiar apenas militantes ligados ao Al Qaeda. "No caso de uma interferência militar externa, a oposição iria perder totalmente o interesse nas negociações, considerando que os Estados Unidos iriam bombardear o regime até sua base, como ocorreu na Líbia, dando a ela (oposição) um fácil caminho até a vitória", avaliou. MSB/dpa/rtr/afp

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