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Sete de Setembro teve tumultos em 11 capitais brasileiras

10:07 | 08/09/2013
Protestos marcaram comemorações do Dia da Independência em 24 estados, alguns deles, seguidos de confrontos. Mais de 300 pessoas foram presas. Tradicionais desfiles militares foram alterados neste ano. As comemorações do Dia da Independência foram marcadas neste sábado (07/09) por protestos em ao menos 24 dos 26 estados do país. Houve tumultos em pelo menos 11 capitais brasileiras, que terminaram com mais de 300 pessoas presas. Depois dos protestos que, desde junho, levam milhares de brasileiros às ruas, era certo que as comemorações do 7 de Setembro deste ano fossem marcadas por manifestações. Entre as reivindicações estavam o fim do voto secreto no parlamento, punição de corruptos e mais verbas para saúde e educação. Entretanto, a participação foi considerada menor que a verificada no auge dos protestos de junho, quando até 1 milhão de pessoas foram às ruas. Os tradicionais desfiles cívico-militares que todos os anos acontecem quase que simultaneamente em várias cidades, sofreram alteração: alguns foram encurtados, mudaram de percurso, muitos tiveram o policiamento reforçado e público passou por rigorosa revista. No Rio, protestos entraram pela noite Apesar de toda a preparação das autoridades, em algumas cidades, os desfiles foram superados pelas manifestações. No Rio de janeiro, manifestantes chegaram invadir o espaço reservado para as tropas e foram contidos por parte dos 2.200 policiais destinados ao local do desfile. Quando houve a ameaça à tropa do Exército fizemos o cordão de isolamento, e o desfile prosseguiu sem maior consequência. Só é lamentável que algumas pessoas tenham se manifestado violentamente e não tenham compreendido que estávamos comemorando uma festa para o país e que ali estavam famílias, disse o assessor de imprensa do Comando Militar Leste, coronel Roberto Itamar. Os protestos no Rio de Janeiro entraram pela noite e houve confronto entre manifestantes e policiais na frente do Palácio Guanabara, sede do governo do estado. Muitos integravam o chamado black bloc, vestidos com roupas pretas e com os rostos cobertos. Eles são apontados como responsáveis pelos atos de vandalismo registrados em protestos anteriores. Durante a semana, o governo do Rio decretou a proibição do uso de máscaras durante as passeatas. A mesma proibição foi anunciada no Distrito Federal e em outras cidades, como o Recife, em Pernambuco. Apesar disso, muitos foram mascarados às manifestações. Estádio isolado em Brasília O momento mais crítico das manifestações em Brasília aconteceu no início da tarde, quando o efetivo de 1.800 homens destacados para proteger a área do Estádio Nacional Mané Garrincha impediu a aproximação de manifestantes. No local, a seleção brasileira de futebol realizava amistoso contra a equipe da Austrália. Três pessoas ficaram feridas, segundo as autoridades. Com o isolamento de uma larga área ao redor do estádio, apenas torcedores puderam se aproximar, evitando uma repetição do confronto entre policiais e manifestantes registrado na abertura da Copa das Confederações em junho. Ao comentar a atuação das forças policiais, o secretário de segurança pública do DF, Sando Avelar, avaliou de forma absolutamente positiva a ação. Houve um dia tranquilo, de paz, apesar da movimentação de alguns manifestantes um pouco mais exaltados. E a população de Brasília colaborou e compreendeu que nós buscamos a democracia sem cometer atos de violência, disse. Mais cedo, após o desfile, cerca de 1.200 manifestantes se concentram na frente do Congresso Nacional e tentaram ocupar os prédios da Câmara e do Senado, mas foram contidos por um cordão de isolamento formado por policiais, que chegaram a usar spray de pimenta e bombas de efeito moral. Detenções e agressões Ao final do dia, a contagem de detidos passava de 70 no Rio de Janeiro. Houve pichações e quebra-quebra. A polícia usou bombas de efeito moral e balas de borracha. Em Brasília, a polícia registrou 35 detenções e 7 pessoas responderão a processo por desacato, desordem e danos ao patrimônio. Em São Paulo, a polícia chegou a usar armas de fogo. Uma das balas, segundo relatos dos meios de comunicação locais, chegou a atingir um fotógrafo de raspão na cabeça. Profissionais que atuavam na cobertura dos protestos em Brasília também foram atingidos por policiais. Um repórter da Agência Brasil, Luciano Nascimento, foi agredido por policiais ao tentar apurar uma agressão a uma manifestante. Em nota, a Empresa Brasil de Comunicação, que controla a agência, repudiou o ocorrido e informou que o jornalista abriu um boletim de ocorrência. Com relatos de outros casos semelhantes, o Sindicato dos Jornalistas do Distrito Federal também se manifestou. Somos contra os abusos de manifestantes nos protestos e ação excessiva e indiscriminada das forças policiais. Repudiamos também uso de armas que ponham em risco a vida e integridade física dos cidadãos, disse o vice-presidente da entidade, Wanderlei Pozzembom.

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