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Obama está otimista com solução diplomática na Síria

23:41 | 10/09/2013
Washington, 10/09/2013 - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, expressou um otimismo cauteloso sobre a solução diplomática para o impasse com a Síria, mas disse que os militares norte-americanos estão preparados para atacar o regime sírio, se os esforços diplomáticos falharem. As declarações foram feitas durante discurso na Casa Branca.

Para Obama, a possibilidade de não punir o regime do presidente sírio, Bashar Assad, pelo suposto uso de armas químicas pode encorajar e abrir precedentes para que outros ditadores não pensem duas vezes sobre o uso de tais armas. O presidente ainda afirmou que a solução diplomática poderia colocar as tropas norte-americanas em perigo no futuro.

O democrata também respondeu aos críticos que questionaram sobre os motivos de os Estados Unidos se envolverem em assuntos de outros países. Obama disse que o país não deve ser a polícia do mundo, mas que deve agir quando os padrões internacionais são desrespeitados. O presidente pediu ao público e aos críticos que duvidam que é necessário uma intervenção na Síria que vissem as imagens de crianças afetadas pelo ataque químico que estavam "se contorcendo de dor".

"Às vezes, as resoluções e declarações de condenação simplesmente não são suficientes", explicou Obama. "Após cuidadosa deliberação , eu determinei que está nos interesses de segurança nacional dos Estados Unidos responder a utilização de armas químicas pelo regime de Assad por meio de um ataque militar", completou.

Obama acrescentou que os desenvolvimentos diplomáticos recentes desencadearam na pausa dos planos militares, citando progressos por meio da proposta da Rússia que prevê a entrega das armas químicas para monitores internacionais, e sua posterior destruição.

"Esta iniciativa tem potencial para remover a ameaça das armas químicas, sem o uso da força, especialmente porque a Rússia é um dos mais fortes aliados de Assad", disse Obama. O presidente norte-americano fez o discurso para tentar convencer um público cansado da guerra e um Congresso dividido a apoiar ataques militares na Síria.

O discurso de Obama foi feito em um dia de muitos acontecimentos, incluindo o fato de a Síria admitir pela primeira vez em público que possui um arsenal de armas químicas. O governo sírio comprometeu-se a assinar uma convenção internacional que regula esse tipo de armamento.

As declarações do presidente seguem dois dias de intensa diplomacia depois que a Rússia apoiou uma proposta para convencer o regime de Assad a desistir de suas armas químicas. Os sírios concordaram em abrir mão do controle de suas armas. A proposta apresentou uma oportunidade para Obama, que corria o risco de não obter o apoio do Congresso para a intervenção já que muitos legisladores estão céticos sobre o envolvimento na Síria.

O presidente norte-americano pediu aos membros do Congresso que adiassem a votação para possibilitar uma solução diplomática. Ainda assim, Obama afirmou que pediu aos militares para que mantivessem "a sua postura atual, mantendo a pressão sobre Assad e estando em condições de responder caso a diplomacia falhe."

Além disso, Obama afirmou que não colocaria tropas norte-americanas em solo sírio, acrescentando que, após as intervenções no Iraque e no Afeganistão, "qualquer ação militar, não importa quão limitada, não será popular".

Um novo levantamento do The Wall Street Journal e da NBC mostrou que apenas 33% dos entrevistados disseram que o Congresso deve aprovar o pedido de Obama para atacar a Síria, enquanto menos 25% acha que a ação militar é de interesse nacional. Fonte: Dow Jones Newswires.

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