México aprova projeto de avaliação dos professores
Peña Nieto abriu seu discurso elogiando a aprovação pelo Congresso do México de um projeto que determina avaliações e demissões de professores ruins mantidos em classe. A lei de educação ainda precisa ser aprovada pelo Senado, e os professores que bloquearam a principal avenida da capital e o acesso ao aeroporto na semana passada continuam ocupando a principal praza da Cidade do México.
"A resistência é uma consequência natural quando você está estimulando uma transformação," afirmou Peña Nieto aos manifestantes, que também foram responsáveis pela mudança na data e local de seu discurso. "Nosso dilema está em se continuamos estagnados ou se permitimos o Estado recuperar a liderança, transformar e melhorar a qualidade da educação."
A lei aprovada pelo Congresso com folga é uma versão ligeiramente mais fraca do que a proposta apresentada por Peña Nieto e que tinha por objetivo ajudar o governo a retomar o controle do sistema educacional, onde contratações e promoções estão quase que inteiramente nas mãos dos sindicatos de professores.
Líderes do sindicato conhecido como CNTE pediram uma "insurgência nacional dos professores" e afirmaram que buscarão aliados entre outros grupos que se opõem ao programa de reformas. Nas últimas duas semanas, professores do sindicato tomaram a cidade com marchas e protestos.
"Na quarta-feira vamos declarar uma insurgência dos professores em todo o país", disse Francisco Bravo, líder do CNTE. Segundo ele, professores de pelo menos 22 dos 31 Estados mexicanos e da capital do país vão participar. "Vamos para a batalha. Isso não acaba aqui", frisou.
Parlamentares do Partido Revolucionário Institucional (PRI) de Peña Nieto e do Partido de Ação Nacional (PAN) de centro direita votaram a favor do projeto, assim como parlamentares do esquerdista Partido da Revolução Democrática (PRD). O texto foi aprovado com 390 votos a favor e 69 contra, além de quatro abstenções. O projeto será encaminhado ao Senado, onde também deverá ser aprovado.