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Após mal-estar, PRG cancela palestra sobre ética com presidente da Siemens

13:51 | 03/09/2013
Convite a Paulo Stark foi recebido com indignação por procuradores, que consideraram inoportuna a realização do evento no momento em que a multinacional alemã é investigada pelo escândalo do cartel do metrô de São Paulo. A Procuradoria-Geral da República (PGR) cancelou a palestra que seria realizada pelo presidente da Siemens no Brasil, Paulo Stark, nesta sexta-feira (06/09) na sede do órgão, em Brasília. A decisão ocorre depois do mal-estar que o evento causou entre procuradores e servidores. Conforme apurou a DW, os procuradores receberam com indignação o convite a Stark e consideraram inoportuno o fato de a palestra ser realizada justamente no momento em que a multinacional alemã é investigada por fazer parte de um cartel do setor metroferroviário em São Paulo e Brasília. De acordo com a assessoria de imprensa da PGR, o evento está mantido, porém, sem a preleção de Stark, que falaria sobre o sistema de compliance da Siemens conjunto de práticas que visam a garantir a conformidade dos atos da empresa a leis, políticas e diretrizes. O subprocurador-geral da República e coordenador da 3ª Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público Federal, Antonio Fonseca, dará a palestra no lugar do presidente da Siemens. Fonseca foi o responsável por fazer o convite a Stark. O evento, que até então era fechado para membros e servidores da PGR, será agora também aberto ao público externo e a jornalistas. No mês passado, a Siemens delatou às autoridades brasileiras um cartel, do qual fazia parte, em licitações para a compra de equipamento ferroviário e para a construção e manutenção de linhas de trens e metrô no Distrito Federal e em São Paulo. Em nota à imprensa divulgada na segunda-feira, Fonseca confirmou o convite e disse que foi graças à política da Siemens de ética e compliance que foi possível abrir o processo sobre o chamado cartel do metrô de São Paulo. Neste sentido, a Siemens pode ser considerada um exemplo que deve ser seguido. Delatar não santifica o delator, mas salva o Brasil, disse no comunicado.

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