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Soldados egípcios entram em mesquita cercada no Cairo

Uma manifestante afirmou que os partidários de Mursi pediam para não serem detidos ou atacados por civis hostis, reunidos diante da mesquita

08:30 | 17/08/2013
Soldados egípcios entraram, neste sábado, 17, em uma mesquita do Cairo na qual estavam refugiados seguidores do presidente deposto Mohamed Mursi, que convocaram novas manifestações após uma sexta-feira sangrenta que deixou mais de 80 mortos.
O canal privado egípcio ONTV Live exibiu imagens da entrada dos soldados na mesquita Al Fath, no centro do Cairo, depois de uma noite de cerco extremamente tenso.
O canal local da Al-Jazeera divulgou em seu site imagens dos soldados dentro da mesquita, em uma aparente tentativa de negociar com os manifestantes para que abandonem o local.
Uma manifestante dentro da mesquita afirmou à AFP por telefone que os partidários de Mursi pediam para não serem detidos ou atacados por civis hostis, reunidos diante da mesquita.
As forças de segurança iniciaram na sexta-feira à noite o cerco à mesquita, onde quase mil pessoas estavam refugiadas. O número não foi confirmado por fontes independentes.
Tiros foram ouvidos no início do cerco, mas pararam pouco depois, segundo os manifestantes ouvidos pela AFP.
A intervenção acontece um dia depois de um novo dia de violência no país, que terminou com pelo menos 83 mortos e mais de 1.000 supostos seguidores da Irmandade Muçulmana, movimento de Mursi, detidos.
A repressão dividiu os egípcios e fragmentou o governo instalado pelo exército, muito criticado em boa parte do mundo.
Pouco antes do cerco, a mesquita havia sido transformada em um necrotério improvisado, com mais de 20 corpos.
O Partido da Liberdade e da Justiça (PLJ) de Mursi fez um apelo para que o governo evitasse outro "massacre", depois da morte pelo menos 578 pessoas na quarta-feira na ação policial para desalojar dois acampamentos dos simpatizantes do presidente deposto pelo exército em 3 de julho.
Os confrontos prosseguiram no dia que os islamitas chamaram de "sexta-feira da ira". Segundo o PLJ, o número de mortes supera as 83 anunciadas pelo governo e chega a 130 apenas no Cairo.
As manifestações terminaram pouco depois do início do toque de recolher decretado pelo governo, mas o porta-voz da Aliança contra o Golpe, Gehad El Hadad, disse à AFP que os seguidores de Mursi pretendem organizar protestos diariamente.
AFP

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