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Repressão a seguidores de Morsi deixa mais de 500 mortos no Egito

07:39 | 15/08/2013
Forças de segurança removeram seguidores do ex-presidente de duas praças no Cairo, deixando um saldo de mais de 200 mortos somente na capital. Ao menos 525 pessoas morreram na mais recente onda de violência no Egito, anunciou o governo egípcio nesta quinta-feira (15/08), corrigindo novamente para cima um número que não para de subir. A contagem oficial anterior era de 464 mortos. Os conflitos os piores desde o levante que destituiu o presidente Hosni Mubarak, em fevereiro de 2011 foram desencadeados pela remoção de seguidores do ex-presidente Mohammed Morsi, oriundo da Irmandade Muçulmana, de acampamentos espalhados pelo país. Somente nas praças Nahda e Rabaa al-Adawiya, no Cairo os dois locais ocupados por manifestantes islamistas pró-Morsi há semanas mais de 200 pessoas morreram. O Ministério da Saúde também contou quase 3.600 feridos em todo o país. Números divulgados na manhã desta quinta-feira davam conta de 429 pessoas que já teriam deixado os hospitais. A Irmandade Muçulmana, por sua vez, falou em 3 mil mortos num "massacre", e mais de 10 mil feridos. Desde que Morsi foi deposto, há um mês e meio, mais de 700 pessoas morreram, de acordo com números oficiais a maioria seguidores do primeiro presidente democraticamente eleito do país. Nesta quinta-feira, o primeiro-ministro da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, pediu uma reunião urgente do Conselho de Segurança das Nações Unidas para discutir a repressão violenta contra os seguidores do ex-presidente, deposto em julho. "Trata-se de um massacre muito sério contra o povo egípcio, que estava apenas protestando pacificamente", disse Erdogan, criticando o silêncio da comunidade internacional diante do derramamento de sangue. O premiê turco é um forte apoiador de Morsi e da Irmandade Muçulmana. Já o Ministério do Exterior da Alemanha convocou o embaixador egípcio em Berlim para esclarecer a posição do país europeu quanto à situação no Egito. Antes de partir em viagem para a Tunísia, na quarta-feira, o ministro Guido Westerwelle apelou a "todas as forças políticas" para "impedir uma escalada da violência." O presidente francês, François Hollande, pediu às autoridades egípcias que tomem todas as medidas para "evitar uma guerra civil." Após uma noite de calma devido à declaração, pelo governo militar, de um estado de emergência e um toque de recolher válidos durante um mês na capital e em dez outras províncias, a Irmandade Muçulmana convocou seguidores a protestar no Cairo nesta quinta-feira. LPF/afp/dpa/rtr

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