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Repressão a seguidores de Morsi deixa mais de 400 mortos no Egito

07:32 | 15/08/2013
Forças de segurança iniciaram remoção de seguidores do ex-presidente na quarta-feira (14/08). Conflito entre policiais e civis deixou mais de cem mortos somente no Cairo e milhares de feridos pelo país. Ao menos 421 pessoas morreram na mais recente onda de violência no Egito, anunciou o governo egípcio nesta quinta-feira (15/08). Os conflitos os piores desde o levante que destituiu o presidente Hosni Mubarak, em fevereiro de 2011 foram desencadeados pela remoção de seguidores do ex-presidente Mohamed Morsi, oriundo da Irmandade Muçulmana, de acampamentos espalhados pelo país. Segundo o governo, o total de mortes teria chegado a 464. Os 421 mortos seriam civis, de acordo com dados fornecidos pelo Ministério da Saúde. Somente nas praças Nahda e Rabaa al-Adawiya, no Cairo o principal dos ocupados por manifestantes islamistas pró-Morsi há semanas cerca de 200 pessoas morreram. O Ministério da Saúde também contou quase 3.600 feridos em todo o país. Números divulgados na manhã de quinta-feira davam conta de 429 pessoas que já teriam deixado os hospitais. A Irmandade Muçulmana, por sua vez, falou em 3 mil mortos num "massacre", e mais de 10 mil feridos. Desde que Mohammed Morsi foi deposto, há um mês e meio, mais de 700 pessoas morreram, de acordo com números oficiais a maioria seguidores do primeiro presidente democraticamente eleito do país. Nesta quinta-feira, o primeiro-ministro da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, pediu uma reunião urgente do Conselho de Segurança das Nações Unidas para discutir a repressão violenta contra os seguidores do ex-presidente, deposto em julho. "Trata-se de um massacre muito sério contra o povo egípcio, que estava apenas protestando pacificamente", disse Erdogan, criticando o silêncio da comunidade internacional diante do derramamento de sangue. O premiê turco é um forte apoiador de Morsi e da Irmandade Muçulmana. Já o Ministério das Relações Exteriores da Alemanha convocou o embaixador egípcio em Berlim para esclarecer a posição do país europeu quanto à situação no Egito. Antes de partir em viagem para a Tunísia, na quarta-feira, o ministro Guido Westerwelle apelou a "todas as forças políticas" para "impedir uma escalada da violência." O presidente francês, François Hollande, pediu às autoridades egípcias que tomem todas as medidas para "evitar uma guerra civil." Após uma noite de calma devido à declaração, pelo governo militar, de um estado de emergência e um toque de recolher válidos durante um mês na capital e em dez outras províncias, a Irmandade Muçulmana convocou seguidores a protestar no Cairo nesta quinta-feira. LPF/afp/dpa/rtr

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