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Onda de violência marca fim do Ramadã no Iraque, com dezenas de mortos

12:46 | 11/08/2013
Pelo menos 80 pessoas foram mortas no Iraque, a maioria em Bagdá, em violentos ataques no fim de semana. Estados Unidos chama os responsáveis pelos atos de "inimigos do Islã". ONU teme conflito sectário no país. A população iraquiana culpa as autoridades do país por falharem em prevenir a onda de violência que matou quase 80 pessoas neste fim de semana e marcou de maneira trágica o feriado de Eid ul-Fitr, fim do jejum do Ramadã para os muçulmanos. A série de ataques, a maioria na capital Bagdá, deixou mais de 320 feridos e foi duramente criticada pela comunidade internacional. Apenas no sábado (10/08), houve 16 explosões de carros-bomba, além de ataques contra mercados, ruas comerciais e parques. Só na capital iraquiana foram registradas 50 mortes. Novas explosões e tiroteios no domingo deixaram pelo menos seis mortos. Na cidade de Buhriz, a 60 quilômetros de Bagdá, um homem abriu fogo num posto de controle ocupado pela milícia sunita, matando duas pessoas. No sul da capital, três oficiais de uma tropa antiterror morreram em consequência da explosão de uma bomba na estrada. Um homem morreu ao tentar furar um ponto de controle no norte da cidade de Mosul. A onda de violência foi condenada pelo Departamento do Estado dos Estados Unidos, que classificou os autores dos "covardes ataques" como "terroristas, inimigos do Islã, dos EUA e da comunidade internacional". Em nota, o órgão acrescenta que os EUA pretendem trabalhar em conjunto com Bagdá no combate à Al Qaeda no país. Os ataques também serão discutidos durante visita a Washington do ministro iraquiano do Exterior, Hoshiyar Zebari, na próxima semana. Ramadã mais violento Este foi o mês de Ramadã mais violento dos últimos anos. Mais de mil iraquianos foram mortos em julho, o maior índice desde 2008, de acordo com as Nações Unidas. "Estes ataques se seguem a um número chocante de incidentes que têm ocorrido em todo o Iraque recentemente, com a clara intenção de alimentar um conflito sectário e desestabilizar o país", avaliou o ministro britânico do Exterior, Alistair Burt. "A carnificina reflete o caráter desumano desses criminosos", declarou o enviado da ONU ao Iraque, György Busztin. "Todos os iraquianos honestos deveriam se unir e colocar um fim a essa violência mortífera, que tenta jogar o país numa luta sectária." Passado um ano e meio desde que as últimas tropas americanas deixaram o território iraquiano, militantes islâmicos sunitas têm reforçado as manifestações contrárias ao governo xiita. Os ataques do sábado, que tiveram como alvo principal distritos xiitas, renovaram o temor de que o Iraque volte a viver os anos de 2006 e 2007, quando o país mergulhou em sangrentos conflitos entre representantes de diferentes ramos religiosos, deixando milhares de mortos. A recente onda de violência acontece algumas semanas após uma série de ataques cuja autoria foi assumida pela Al Qaeda a prisões próximas de Badgá, para libertação de presos, muitos deles militantes. A guerra civil na vizinha Síria também vem ajudando a agravar a tensões no território iraquiano. MSB/rtr/afp

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