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EUA procuram parceiros para intervir na Síria após retirada de apoio britânico

08:15 | 30/08/2013
O veto da Câmara Baixa à moção do premiê Cameron não desencorajou o presidente Obama, que evoca "interesses dos EUA". Retorno da Síria dos inspetores da ONU pode ser sinal verde para início de intervenção militar. Os Estados Unidos continuam procurando uma "coalizão internacional que aja unida" para intervir militarmente na Síria, de acordo com declaração do ministro da Defesa norte-americano Chuck Hagel em visita à capital filipina, Manila, nesta sexta-feira (30/08). A afirmação sustenta um relato do jornal The New York Times, que cita fontes da Casa Branca e divulga que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, estaria disposto a manter os planos de uma intervenção militar na Síria, apesar do "não" de seu principal aliado, o Reino Unido. Nesta quinta-feira (29/08), por 285 votos contra 272, a câmara baixa do Parlamento britânico vetou a moção do premiê David Cameron por uma participação do país na eventual ofensiva contra o regime de Bashar al-Assad. A comunidade internacional suspeita que o governo sírio tenha usado armas químicas num ataque na periferia da capital, Damasco, na semana passada. A oposição afirma que 1.300 pessoas morreram na ocasião. Vários países ocidentais justificam uma intervenção militar internacional na Síria como medida para evitar o novo emprego de armas químicas pelo Exército sírio contra a população civil. Durante o debate que antecedeu a votação em Londres, Cameron enfatizara não se tratar de uma invasão nem de uma substituição do regime na Síria, e sim de uma operação punitiva por um ataque já perpetrado. No entanto, não só o partido trabalhista Labour, da oposição, como também os parlamentares conservadores aliados ao primeiro-ministro exigiram provas conclusivas do uso de gás tóxico pelo regime de Assad. EUA se preparam Antes do debate parlamentar em Londres, um encontro dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (EUA, França, Reino Unido, China e Rússia) também se encerrara sem um consenso sobre os planos de mobilização militar. Aliada da Síria, a Rússia reiterou nesta sexta-feira a sua oposição a uma ação militar internacional: "A Rússia é contra toda resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas que preveja o uso da força [contra o regime sírio]", afirmou o vice-ministro das Relações Exteriores, Guennadi Gatilov, citado pela agência noticiosa oficial Itar-Tass. O presidente sírio Bachar al-Assad disse na quinta que "defenderia" seu país "contra qualquer agressão" do Ocidente, assegurando que a Síria está "determinada a erradicar o terrorismo sustentado por Israel e os países ocidentais", voltando assim a chamar seus adversários de "terroristas". Enquanto admitiu que uma resposta militar internacional ao suposto ataque químico na Síria "é difícil de ser construída", o presidente francês, François Hollande se disse a favor de uma ação punitiva "dura" e afirmou que a França estaria disposta a agir sem o apoio do Reino Unido. Tanto a França quanto a Alemanha aguardam, porém, os resultados da investigação realizada por inspetores da ONU que deverão deixar a Síria no sábado. A Alemanha disse que não vai participar de uma intervenção militar contra a Síria. Segundo o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, a equipe de inspetores deverá divulgar suas conclusões preliminares para ele já no sábado. As provas coletadas serão analisadas por laboratórios europeus em seguida. Ainda de acordo com o The New York Times, a saída dos inspetores de Damasco seria o sinal verde para o início da intervenção militar pelos norte-americanos. A porta-voz do Conselho Nacional de Segurança dos EUA, Caitlin Hayden, declarou que o presidente Obama estaria convencido de que os "interesses centrais" de seu país estão em jogo, e de que nações que violem o direito internacional devem assumir as consequências cabíveis. A Casa Branca pretende apresentar provas da autoria do massacre químico aos representantes de republicanos e democratas, numa conferência telefônica nesta sexta, prosseguiu Hayden. Da conversa participarão responsáveis pela segurança, dos serviços secretos e das Forças Armadas. Até este fim de semana, o governo pretende também informar a opinião pública americana. AV/afp/ap/dpa/rtr

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