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Burns reúne-se com líder da Irmandade Muçulmana

09:31 | 05/08/2013
O secretário de Estado adjunto norte-americano, William Burns, encontrou-se nesta segunda-feira com um graduado líder na Irmandade Muçulmana, como parte dos esforços de mediação para encerrar o impasse entre o atual governo egípcio, apoiado pelo Exército, e manifestantes que apoiam o presidente deposto, Mohammed Morsi.

Funcionários do governo disseram que Burns reuniu-se na prisão com Khairat el-Shater, poderoso vice-líder da Irmandade, grupo islamita do qual Morsi faz parte. Burns teve a companhia dos ministros de Relações Exteriores do Catar e dos Emirados Árabes Unidos, assim como de um enviado a União Europeia (UE).

El-Shater é acusado de cumplicidade no assassinato de manifestantes contrários a Morsi.

Burns e os outros diplomatas estão no Egito como parte de um esforço internacional para encerrar o impasse entre os partidários de Morsi e o governo instalado pelos militares após o golpe que derrubou o ex-presidente.

As fontes falaram em condição de anonimato, porque não estão autorizadas a falar com meios de comunicação. Os funcionários do governo não disseram por que Burns e os demais diplomatas visitaram el-Shater, que, acredita-se tenha sido a fonte do verdadeiro poder durante o primeiro ano de Morsi no cargo, juntamente com o lide espiritual da Irmandade, Mohammed Badie.

A visita de Burns a el-Shater foi autorizada previamente por um promotor já que ele, Badie e outros quatro líderes do grupo aguardam julgamento por acusações relacionadas ao assassinato de oito manifestantes do lado de fora da sede da Irmandade no Cairo, horas depois de milhões de egípcios terem tomado as ruas no dia 30 de junho, para exigir a queda de Morsi. O julgamento foi marcado para 25 de agosto. Badie está desaparecido.

A visita aconteceu depois de o mais alto organismo de segurança do Egito, o Conselho Nacional de Defesa - que é liderado pelo presidente interino e inclui graduados ministros de gabinete - ter anunciado que o prazo para uma resolução negociada para o impasse deve ser "definido e determinado".

No domingo, Burns reuniu-se com o ministro da Defesa, general Abdel-Fatah el-Sissi, que liderou o golpe de 3 de julho, e com o primeiro-ministro.

O Departamento de Estado informou que Burns discutiu a importância de se evitar a violência e de promover um processo inclusivo "que ajude na transição em curso no Egito". Fonte: Associated Press.

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