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UE inclui braço armado do Hezbollah em lista de grupos terroristas

14:48 | 22/07/2013
A União Europeia (UE) decidiu nesta segunda-feira incluir o braço armado do Hezbollah em sua lista negra de organizações terroristas, mas deverá resolver um assunto prático: como distingui-lo do braço político do movimento islamita xiita, que forma parte do governo libanês. O grupo reagiu à decisão afirmando que a UE se inclinou ante a pressão de Israel. "Israel impôs à União Europeia sua vontade de incluir o Hezbollah na lista", afirmou o canal de tv Al Manar, do movimento xiita libanês, que ainda acusou a Grã-Bretanha de estar à frente da campanha contra o partido. Os Estados Unidos, por sua vez, elogiaram a notícia. "Com a decisão de hoje, a UE envia uma forte mensagem ao Hezbollah de que não pode operar com impunidade", afirmou o secretário de Estado John Kerry. "É positivo que a UE tenha decidido chamar o Hezbollah do que ele é: uma organização terrorista", afirmou o ministro das Relações Exteriores holandês, Frans Timmermans. A decisão da UE significa "congelar seus bens, bloquear seu financiamento e, portanto, limitar sua capacidade de ação", acrescentou o ministro. Já o Líbano lamentou a decisão, mas afirmou que isso não afetará sua relação com os europeus. "Preferíamos que os países da União Europeia fizessem uma leitura mais informada dos fatos, mas a sociedade libanesa continuará a manter as melhores relações com esses países", afirmou em um comunicado o chefe do governo demissionário, Najib Mikati. "A UE enviou uma mensagem clara e unânime contra o terrorismo", comemorou o britânico William Hague. Israel se pronunciou no mesmo sentido: a decisão mostra ao mundo inteiro que o Hezbollah é terrorista. Holanda e Reino Unido queriam que os europeus dessem uma resposta, após o envolvimento das milícias do movimento xiita pró-iraniano no atentado de Burgas (Bulgária), no qual faleceram cinco turistas israelenses e um búlgaro no dia 18 de julho do ano passado, além do suposto autor. Além do atentado na Bulgária, os europeus citam a condenação no Chipre em março de um suposto membro do Hezbollah, acusado de ter planejado um ataque contra alvos israelenses na ilha mediterrânea. Sobre isso havia consenso entre os 28 países da UE, mas alguns países, como Espanha, Itália, Malta ou Irlanda se preocupavam com o impacto que uma decisão como essa teria no Líbano - onde o Hezbollah tem uma enorme presença e influência - política e social. Para a Espanha, é necessário que o acordo "não prejudique o diálogo com todos os partidos que formam parte do governo do Líbano, que não prejudique a ajuda humanitária ou as transferências financeiras", disse o ministro José Manuel García-Margallo ao chegar em Bruxelas. Os ministros se comprometeram a manter o diálogo com todos os partidos políticos libaneses, incluindo o Hezbollah, que desempenha um papel chave no seio do governo do primeiro-ministro em fim de mandato Najib Mikati, onde é maioria.

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