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Manifestações pelo retorno de Morsi atravessam a noite no Egito

12:50 | 13/07/2013
Não só adeptos da Irmandade Muçulmana exigem restituição de presidente deposto. Protestos transcorrem pacíficos, após mais de 90 mortes em choques dos últimos dias. Alemanha e EUA exigem libertação de Mohamed Morsi. Até as primeiras horas deste sábado (13/07), dezenas de milhares de adeptos da Irmandade Muçulmana tomavam as ruas da capital egípcia. Numerosos cidadãos se reuniram nas imediações do Ministério da Defesa, para demonstrar aos soldados seu descontentamento. "Estou aqui para dizer 'não' ao golpe militar e 'sim' a Morsi, que considero meu presidente legítimo, mesmo eu não sendo da Irmandade Muçulmana e não tendo votado nele", declarou um estudante de 22 anos. Na véspera, a Irmandade convocara a uma "marcha dos milhões" contra a queda de Morsi. A manifestação se iniciou após a Oração da Sexta-feira: a televisão mostrou milhares reunidos diante de uma mesquita no bairro de Nasr City, entoando slogans contra as Forças Armadas e reivindicando a restituição de Mohamed Morsi à presidência. Por sua vez, os opositores dos fundamentalistas islâmicos concentraram na Praça Tahrir suas celebrações pela deposição do presidente islâmico. Através das manifestações de massa, os apoiadores de Morsi esperam alcançar a restituição do chefe de Estado, derrubado pelos militares em 3 de julho, após protestos em parte violentos, com um saldo de mais de 90 mortes. As manifestações desta sexta-feira, em contrapartida, transcorreram pacificamente. Berlim contra "justiça seletiva" Desde o dia da intervenção militar, o paradeiro de Mohamed Morsi é incerto. Segundo agências de notícias, ele ainda se encontraria detido numa caserna da Guarda Republicana, no Cairo, devendo responder a inquérito nos próximos dias. O ministro alemão das Relações Exteriores, Guido Westerwelle, exigiu o "fim das medidas de confinamento" a que é submetido Morsi. Os responsáveis no Egito precisam permitir incontinênti o acesso de uma organização neutra, cem por cento confiável, ao líder deposto. Uma possibilidade seria o Comitê Internacional da Cruz Vermelha, sugeriu o político liberal. Em sua declaração, Westerwelle prosseguiu: "Juntamente com nossos parceiros, somos da opinião que qualquer impressão de justiça seletiva no Egito deve ser evitada, e que não deve ocorrer perseguição política", pois esta seria extremamente danosa para o futuro do país. Depois de Berlim, também Washington instou o Exército egípcio a liberar Morsi, "hoje, publicamente", declarou na sexta-feira a porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Jennifer Psaki. Até então, os EUA haviam condenado as detenções arbitrárias de membros da Irmandade Muçulmana no Egito, mas sem exigir explicitamente a libertação do presidente deposto. AV/rtr/dpa/afp/dw

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