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Confrontos no Egito deixam pelo menos 38 mortos

09:01 | 27/07/2013
Confrontos aconteceram no início deste sábado no Cairo entre as forças de segurança e partidários do presidente Mohammed Morsi deposto no Egito, deixando pelo menos 38 manifestantes mortos e enchendo hospitais de campanha com centenas de feridos, disse um médico. A explosão de violência aprofunda as linhas de batalha na crise política do país.

O porta-voz do Ministério de Saúde do Egito, Khaled el-Khateeb, disse que um hospital do governo, localizado perto dos confrontos, recebeu 21 mortos e 180 feridos. A diferença no número de mortos não pode ser conferida de imediato.

Os confrontos começaram após centenas de partidários de Morsi serem retirados de um local sitiado fora da mesquita Rabaah al-Adawiyah, no leste do Cairo, na noite de ontem. Um grupo começou a armar barracas em uma avenida adjacente, onde planejava ficar por pelo menos três dias, disse Mahmoud Zaqzouq, um porta-voz da Irmandade Muçulmana. Ao mesmo tempo, um outro grupo de manifestantes marchou na direção de um viaduto nas proximidades, onde foi recebido por uma saraivada de bombas de gás lacrimogêneo da polícia. Os manifestantes responderam lançando rochas e pedras nas forças de segurança.

O confronto se tornou rapidamente sangrento. O porta-voz do Ministério do Interior, o major-general Abdel-Latif, disse que 14 policiais e 37 soldados ficaram feridos na violência. Segundo ele, dois policiais foram feridos na cabeça com tiros. Ele disse que a polícia só usou gás lacrimogêneo contra os manifestantes.

Segundo a agência de notícias estatal MENA, um alto funcionário de segurança não identificado disse que as forças de segurança tentaram impedir confrontos entre moradores da região e os manifestantes. A agência afirmou que os confrontos continuavam nesta manhã e que os partidários de Morsi atiraram pedras e bombas incendiárias contras a forças de segurança, enquanto oficiais fecharam a estrada com arame farpado e responderam com gás lacrimogêneo.

Abdel-Latif culpou a Irmandade Muçulmana pelos confrontos mortais no Cairo e negou que os oficiais tenham disparado balas verdadeiras. "A polícia não usou mais que gás lacrimogêneo", afirmou em um comunicado na televisão, acusando os manifestantes de terem iniciado os confrontos.

O secretário de Relações Exteriores da Grã-Bretanha, William Hague, condenou a resposta violenta das autoridades egípcias aos protestos. "Eu peço às autoridades egípcias que respeitem o direito de protesto pacífico, cessem o uso da violência contra manifestantes, incluindo balas verdadeiras, e punam os responsáveis", disse. Fonte: Associated Press e Dow Jones Newswires.

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