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Caso Snowden ameaça relações entre russos e americanos

10:25 | 13/07/2013
Em telefonema, Obama não consegue convencer Putin a extraditar Snowden. Enquanto EUA fazem pressão sobre russos, comissária de direitos humanos da ONU, Navi Pillay, diz que Snowden tem direito a proteção internacional. As autoridades russas ainda não receberam o pedido formal de asilo do ex-técnico da CIA Edward Snowden, declarou neste sábado (13/07) o chefe do Serviço Federal de Migração (SFM) da Rússia, Konstantin Romodanovski. "Até hoje não recebemos nenhuma solicitação de Snowden", declarou o chefe do SFM à agência de notícias Interfax, acrescentando que, caso o pedido venha ser efetuado, "este será examinado de acordo com o que a lei estabelece". No Quirguistão, o ministro russo do Exterior, Serguei Lavrov, declarou neste sábado que "não estamos em contato com Snowden". O ex-consultor da CIA Edward Snowden, delator do megaesquema de espionagem online norte-americano, anunciou nesta sexta-feira que vai novamente pedir asilo à Rússia. A ideia é que ele possa permanecer no país até encontrar um meio de viajar para a América Latina, onde teria abrigo em alguns Estados, como Venezuela e Bolívia. Em entrevista à revista alemã Focus, Mikhail Fedotov, assessor de direitos humanos do presidente russo, Vladimir Putin, afirmou que o destino de Edward Snowden deveria ser tratado pela Cruz Vermelha ou pelo Alto Comissariado da ONU para Refugiados (Acnur). "Eles poderiam legalizá-lo e então levá-lo para o país que lhe ofereça asilo." Por outro lado, por razões humanitárias, seria necessário proteger Snowden. "Nos EUA, ele enfrenta a ameaça da pena de morte", disse o assessor, acrescendo que Putin, pessoalmente, irá decidir sobre a permanência do ex-consultor da Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA). Anteriormente, Putin já havia anunciado através de seu porta-voz que Snowden poderia ficar se parasse com todas as revelações, que "estão prejudicando o nosso parceiro norte-americano" e causando danos às relações entre a Rússia e os Estados Unidos. Rússia e EUA De fato, o caso Snowden parece ser uma ameaça às relações entre Washington e o Kremlin. Na noite desta sexta-feira, o assunto chegou ao mais alto nível, quando Vladimir Putin e o presidente norte-americano, Barack Obama, debateram o caso por telefone. Após a conversa, a Casa Branca se manteve reservada. Aparentemente, Obama não conseguiu convencer o colega de pasta russo a extraditar Snowden para os Estados Unidos. Antes do telefonema, o governo norte-americano já havia feito pressão sobre os russos. O porta-voz de Washington Jay Carney declarou que um asilo político para o ex-funcionário do serviço secreto "não seria compatível com a afirmação russa de não querer nenhuma deterioração das relações devido a Snowden". Direito à proteção Ativistas de direitos humanos, no entanto, veem o caso de forma bastante diferente. Quem divulga informações sobre possíveis violações de direitos humanos tem direito à proteção internacional, afirmou a comissária das Nações Unidas para os direitos humanos, Navi Pillay, em nota divulgada na sexta-feira em Genebra. Ela também fez alusão ao direito de asilo para pessoas perseguidas. "O caso Snowden mostra a necessidade da proteção de pessoas que desvendam informações ou acontecimentos que tenham efeitos sobre os direitos humanos, e [o caso] mostra como é importante assegurar o respeito à privacidade", disse Pillay no comunicado. Na sexta-feira, Snowden se encontrou na área de trânsito do aeroporto de Moscou com representantes de diferentes organizações de direitos humanos e também com advogados e jornalistas. Durante o encontro, Snowden falou que governos ocidentais estariam impedindo sua ida para a América Latina. CA/dpa/afp/efe

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