Polícia turca usa canhões de água e gás lacrimogêneo
A repressão aconteceu no mesmo dia em que o primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, disse que o Brasil é vítima da mesma conspiração internacional que afeta seu país. Os protestos na Turquia eclodiram três semanas atrás, após as forças de segurança reprimirem duramente manifestantes que eram contrários à construção de um complexo comercial onde hoje existe uma das poucas áreas verdes da capital. Em seguida, os protestos se voltaram contra o autoritarismo do regime de Erdogan, que alguns críticos acusam de tentar impor uma lei islâmica ao país.
Neste sábado o povo voltou para a Praça Taskim, onde depositaram cravos para homenagear os três manifestantes e o policial morto durante os protestos. Por cerca de duas horas, a multidão gritou frases contra o governo e exigiu que Erdogan renuncie. A polícia então orientou os manifestantes a deixarem a praça, mas foi ignorada.
Enquanto alguns manifestantes distribuíam flores para as forças de segurança e gritavam: "Polícia, não traia o seu povo", os soldados começaram a utilizar canhões de água para dispersar o grupo. Um jornalista da Associated Press disse que a polícia empurrou os manifestantes para ruas laterais e depois disparou várias bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha para assustar a multidão, que se recusava a ir embora. Mesmo assim, não há relatos de feridos.
O premiê turco tem enfrentado várias críticas da comunidade internacional pela dura repressão aos protestos. Entretanto, Erdogan defende a atuação da polícia e nos últimos dias tem promovido comícios com seus simpatizantes em diversas cidades. Fonte: Associated Press.