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Líbano ameaça Síria com resposta em caso de novo ataque

14:54 | 12/06/2013

DAMASCO, 12 Jun 2013 (AFP) - O Exército do Líbano advertiu nesta terça-feira a Síria que responderá em caso de um novo ataque contra seu território, em um novo transbordamento de um conflito que estará nesta quarta-feira no centro das discussões em Washington entre os chanceleres de Estados Unidos e Grã-Bretanha.

Enquanto isso, em vídeos divulgados pelo opositor Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH), com sede no Reino Unido, rebeldes sunitas celebram a morte de 60 xiitas, em sua maioria combatentes favoráveis ao regime de Bashar al-Assad, e o incêndio de suas casas no leste da Síria.

"As unidades do Exército mobilizadas na região tomaram as medidas defensivas necessárias para responder imediatamente a qualquer violação semelhante", declarou o Exército libanês em um comunicado após um bombardeio sírio contra a localidade de Aarsal que deixou um ferido.

Trata-se de uma advertência muito rara na história recente de Líbano e Síria, ex-potência tutelar de seu pequeno vizinho.

O Exército libanês, fracamente equipado, mantém uma estreita colaboração com o Exército da Síria.

Aarsal é uma região sunita que apoia a rebelião e serve de ponto de passagem entre os dois países para refugiados, armas e rebeldes, segundo fontes de segurança.

Recentemente, Aarsal recebeu dezenas de feridos, particularmente insurgentes que fugiam de Qousseir, reduto rebelde do centro-oeste da Síria retomado pelo Exército com a ajuda do movimento xiita libanês Hezbollah.

Já o OSDH divulgou vídeos no qual aparecem rebeldes islamitas celebrando a morte de 60 xiitas, em sua maioria combatentes leais ao regime, e o incêndio de suas casas no leste da Síria.

"A brigada Al-Sadeq al-Amin se prepara para o ataque às casas dos xiitas partidários do regime de Assad na aldeia de Hatlah", afirma o homem que segura a câmera de vídeo.

Cerca de dez homens armados aparecem na imagem no pátio de uma casa, exibindo ao menos um cadáver desfigurado e ensanguentado que jazia no chão.
"Aqui estão os xiitas, esse é seu final, cachorros", grita.

"Sunitas, ajudem a sua comunidade", clama outro homem.

Um segundo vídeo mostra uma dezena de homens armados, aparentemente no exterior do povoado, de onde se eleva uma espessa coluna de fumaça.

"Deus é grande, todas as casas dos xiitas foram incendiadas (...) Aqui estão os combatentes da jihad (guerra santa) celebrando sua entrada nas casas de xiitas infiéis", brada o homem que grava a cena.

A Síria é um país de maioria sunita governado há mais de 40 anos pelo clã Assad, que pertence à minoria alauita, um ramo do xiismo.

O OSDH também indicou que o Exército sírio avançava nesta quarta em um bairro da localidade de Homs (centro) com o objetivo de controlar completamente esta cidade - batizada pela oposição como "a capital da revolução" - como fez há alguns dias com Qousseir.

As últimas derrotas militares dos rebeldes para as tropas de Assad complicam a organização de uma conferência de paz em Genebra, na qual o Brasil propôs sua participação.

"O Brasil considera que valeria a pena examinar a possibilidade de incluir outros países", disse na terça-feira o chanceler Antonio Patriota, após uma reunião com seu colega russo, Serguei Lavrov.

Até agora, a conferência de paz de Genebra prevê a participação dos cinco países permanentes do Conselho de Segurança da ONU e dos vizinhos da Síria.

Em Washington, o secretário de Estado americano, John Kerry, deve discutir com seu colega britânico a situação síria.

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