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Emir do Catar transfere formalmente o poder para filho

09:15 | 25/06/2013
O emir do Catar, xeque Hamad bin Khalifa Al Thani, transferiu formalmente nesta terça-feira o poder para seu filho de 33 anos, concluindo uma transição cuidadosamente elaborada para colocar uma geração mais nova no controle das vastas reservas de energia do país, que tem cada vez mais influência política após as revoltas da Primavera Árabe.

O emir de 61 anos usou um discurso transmitido pela televisão para lembrar várias vezes a importância da mudança de liderança para mãos mais jovens, um reconhecimento indireto das demandas por reformas, abertas pelos levantes que varreram a região.

O governo do país do Golfo Pérsico, que tem o apoio do Ocidente, conseguiu permanecer intacto, mas demonstrou sua insegurança ao fazer uso da repressão, que incluiu detenções de supostos conspiradores contra o Estado e de pessoas que fizeram declarações nas redes sociais considerados um insulto aos governantes.

"O futuro está na frente de vocês, os filhos desta pátria, enquanto vocês conduzem a uma nova era na qual líderes jovens levantam a bandeira", declarou o emir ao anunciar a transição antecipada do poder para o príncipe herdeiro, xeque Tamim bin Hamad Al Thani.

Como parte do novo governo, o xeque Tamim vai iniciar o processo de formar um novo governo que pode ser um contraste direto em relação aos líderes da velha guarda da região. O Catar não deu uma explicação oficial sobre a transição, que era esperada havia semanas. Acredita-se que o xeque Hamad sofra de problemas crônicos de saúde.

Não existe expectativa de que o xeque Tamim fará mudanças políticas imediatas no Catar, país que tem usado suas riquezas para se tornar um dos países mais politicamente ambiciosos do mundo. O Catar tem sido um poderoso ator no Oriente Médio, fornecendo importante apoio aos rebeldes na Líbia no ano passado e agora aos rebeldes sírios. O país também divergiu de outros países do Golfo ao oferecer apoio à Irmandade Muçulmana, que agora detém o domínio político no Egito.

A transição, uma raridade numa região onde as mudanças de liderança quase sempre são resultado de mortes ou golpes palacianos, também envia uma mensagem ao Oriente Médio, já que parece ser uma resposta abrangente às revoltas da Primavera Árabe e sua ênfase em dar voz aos jovens da região, além de reforçar as ousadas políticas do país. Fonte: Associated Press.

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