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Em Berlim, Obama defende programa americano de espionagem de dados

12:37 | 19/06/2013
Americano disse que sistema Prism salvou vidas, não ameaça liberdades civis e que monitoramento é feito sob controle de tribunais. Líderes tentaram ressaltar harmonia em laços transatlânticos. Os líderes de Estados Unidos e Alemanha tentaram transparecer harmonia numa entrevista à imprensa em Berlim, apesar dos recentes escândalos de espionagem americana na internet. Após se encontrarem na capital alemã, nesta quarta-feira (19/06), o presidente dos EUA, Barack Obama, e a chanceler federal alemã, Angela Merkel, salientaram que ambos os governos cooperam harmoniosamente em um grande número de questões internacionais, como livre comércio, Afeganistão, Síria e a superação da crise econômica. Durante entrevista conjunta com a líder alemã, Obama procurou defender o controverso programa de espionagem norte-americano Prism das críticas internacionais. "Ele não é um sistema de escuta", afirmou, acrescentando que o serviço secreto dos EUA não lê sistematicamente e-mails de cidadãos nem ameaça liberdades civis. Obama afirmou, também, que ações de monitoramento são realizadas sob supervisão dos tribunais americanos. Merkel ressaltou que conversou "longa e detalhadamente" com Obama sobre o assunto. "Prezamos a cooperação com os EUA sobre questões de segurança", disse. "Também deixei claro que a questão do equilíbrio é sempre importante", garantiu, acrescentando que há sempre perguntas sobre até que ponto cidadãos alemães são afetados. Ela informou que os dois combinaram que essa questão será esclarecida numa cooperação entre representantes de ambos os governos. "Terra virgem" Ao comentar a necessidade de equilíbrio entre a garantia de segurança de dados pessoais e a manutenção da liberdade de informações na internet, a chanceler federal argumentou que a internet ainda é uma território novo (neuland, em alemão) para "todos nós". A frase originou fortes reações nas mídias sociais, provocando uma avalanche de comentários sarcásticos em portais de relacionamento na Alemanha. O líder americano afirmou que pelo menos 50 possíveis ataques foram frustrados pelo programa Prism, não apenas nos EUA, como também na Alemanha. "Salvamos vidas através desse programa", argumentou. Ao mesmo tempo, o presidente assegurou que a Alemanha não é ponto de partida para ataques de drones dos Estados Unidos na África. A imprensa alemã havia acusado os EUA de bombardearem locais na Somália com aviões não tripulados comandados de uma base americana em Stuttgart. Obama também elogiou o papel internacional da Alemanha no Afeganistão e na crise do euro. No entanto, alertou contra uma austeridade excessiva e o perigo de que a alta taxa de desemprego jovem produza uma "geração perdida". Sobre o tema Síria, Obama disse que deve ser assegurado que não sejam utilizadas armas químicas e destacou: "Queremos acabar com a guerra". Gestos amistosos O encontro entre Obama e Merkel em Berlim foi acompanhado de gestos amistosos. Ao chegar, o presidente cumprimentou Merkel com um beijo no rosto e afagou as costas da alemã. Ela tratou o presidente de "você", e Obama a chamou de Angela, sugerindo intimidade. Cerca de 40 ativistas da organização de direitos humanos Anistia Internacional fizeram uma manifestação em Berlim contra a prisão de Guantánamo. Vestidos de uniformes de presidiários de cor laranja, eles pediram o fechamento da prisão. "Eu continuo querendo fechar Guantánamo, mas tem sido mais difícil do que eu esperava", reiterou o político americano, se referindo à resistência do Congresso. No início oficial de sua visita a Berlim, Obama visitou na manhã desta quarta-feira o presidente alemão, Joachim Gauck, tendo sido recebido com honras militares no Palácio de Bellevue, residência oficial do chefe de Estado alemão. O presidente dos EUA foi acompanhado por sua mulher, Michelle, e suas duas filhas, Sasha e Malia. MD/afp/dpa/rtr

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