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Relatório indica projetos de armas americanas hackeados por chineses

A ação dos hackers teriam possibilitado o acesso a tecnologia avançada, o que poderia diminuir a vantagem militar americana em caso de conflito

16:09 | 28/05/2013

WASHINGTON, 28 Mai 2013 (AFP) - Oficiais dos Estados Unidos e empresas de defesa constataram que hackers chineses tinham violado redes contendo projetos de vários sistemas de armas avançadas do governo americano, informou o jornal Washington Post nesta terça-feira, 28.

De acordo com um relatório preparado pelo Pentágono, as violações fariam parte de uma ampla campanha chinesa de espionagem das empresas terceirizadas de defesa e das agências do governo norte-americano.

O Conselho de Defesa da Ciência, um grupo consultivo de grande influência que conta com representantes do governo e especialistas civis, teria informado que os violadores haviam recolhido dados de projetos de mais de vinte sistemas de armas, fundamentais para mísseis de defesa, aviões de combate e navios dos Estados Unidos.

A ação dos hackers teriam possibilitado o acesso a tecnologia avançada, o que poderia diminuir a vantagem militar americana em caso de conflito.

O Pentágono não acusa os chineses de roubar os projetos, mas as conclusões ajudam a explicar as advertências dos Estados Unidos ao governo chinês.

 

Pouca preparação para guerra cibernética

A versão pública do relatório, divulgada em janeiro, indica que os Estados Unidos estão mal preparados em caso de uma guerra cibernética de larga escala.

"Há muitas questões que suscitam preocupação, e sobre as quais estamos trabalhando para assegurar a viabilidade de nossas defesas e capacidades cibernéticas", reagiu um funcionário da Defesa, sob condição de anonimato.

"A amplitude do que conseguiram ter acesso não está clara", indicou à AFP.
As últimas revelações sobre esta suporta ciberespionagem ocorre momentos antes da visita do presidente chinês Xi Jinping ao presidente Barack Obama, prevista para a próxima semana.

O porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, confirmou à imprensa nesta terça-feira que a segurança cibernética será um dos temas da agenda da reunião entre os dois líderes.

Segundo o Washington Post, a lista de programas afetados está em uma seção que não havia sido revelada de um relatório confidencial preparado pelo Conselho de Defesa da Ciência.

O jornal indicou ter tido acesso a uma versão confidencial do relatório que inclui a lista de projetos hackeados, como o do avançado sistema antimísseis Patriot e o sistema de defesa Aegis da Marinha americana.

Os chineses também teriam obtido projetos dos aviões de combate F/A-18, V-22 Osprey, do helicóptero Falcão Negro (Black Hawk) e do novo navio de combate Littoral.

O jornal afirma ainda que o programa do caça F-35, o mais caro da história do Pentágono, também foi alvo de ataques.

O Pentágono expressou nesta terça-feira suas "preocupações crescentes" com esses casos.

A espionagem representa "uma ameaça global à segurança nacional e econômica provocada por ataques cibernéticos com o objetivo de roubar a propriedade intelectual, os segredos comerciais e dados empresariais que ameaçam a vantagem competitiva das empresas americanas, como as que participam da base industrial da Defesa", afirmou em um comunicado.

Se o relatório estiver correto, "significa que as Forças Armadas dos Estados Unidos estão menos eficientes e que os chineses estão mais eficientes. Isso mexe com a balança", afirmou James Lewis, especialista em cibersegurança do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais.

Segundo Lewis, não está claro quando a invasão ocorreu, mas ele observou que "as pessoas acordaram para a questão nos últimos dois anos e isso dificultou a situação. Entre 1999 e 2009, havia uma porta aberta para a (ciber) espionagem chinesa".

De acordo com o jornal da capital americana, os sistemas que tiveram seus projetos roubados incluem alguns elaborados pelas maiores empresas terceirizadas da área de defesa, incluindo a Boeing, a Lockheed Martin, a Raytheon e a Northrop Grumman.

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