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Morre o compositor e cantor francês Georges Moustaki

Em 2011, Moustaki, revelou que sofria de problemas respiratórios e que sua doença o deixava 'definitivamente incapaz de cantar'

07:42 | 23/05/2013
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"Judeu errante", "pastor grego" e sedutor, Georges Moustaki, o eterno viajante da canção francesa, morreu nesta quinta-feira aos 79 anos, provocando grande comoção no mundo da cultura.

Moustaki, que sofria de enfisema, uma doença pulmonar incurável que o impediu de cantar há vários anos, morreu em Nice, no sul da França, no início da manhã.

"Ele estava tranquilo", se limitaram a indicar alguns parentes, acrescentando que o corpo será levado para Paris.

De cabelos longos e barba espessa, olhos azuis cintilantes, incurável boêmio: com sua "gueule" de "métèque", um dos seus maiores sucessos, Georges Moustaki escreveu mais de 300 canções para os maiores artistas franceses, como Edith Piaf, Yves Montand, Barbara e Serge Reggiani.

Em fevereiro, já com a ajuda de um respirador, ele confidenciou em uma entrevista ao jornal Nice Matin que optou por morar em Nice para fugir da poluição e do frio de Paris, onde viveu por mais de 40 anos.

"Lamento não poder cantar em meu banheiro. Cantar em público, não. Eu rodei o mundo e cantei em todos os palcos, grandes e pequenos. Vivi coisas mágicas. Eu aprendi que o que se acredita ter adquirido é apenas uma pequena parte do que resta a ser descoberto", declarou, acrescentando que "ainda anotava algumas ideias (de músicas). Sem pressa".

"Eu quero escrever e pintar. Dedicar meu tempo para o que me faz feliz, como sempre fiz", acrescentou.

Georges Moustaki, cujo nome verdadeiro era Giuseppe Mustacchi, nasceu em 3 de maio de 1934 em Alexandria, de pais judeus gregos que imigraram para o Egito.

Chegou em 1951 em Paris, onde conheceu Georges Brassens, seu mentor e em homenagem a quem adotou o seu nome artístico.

"Le Métèque"

"Le Métèque", traduzida em uma dúzia de idiomas, foi a música que o revelou como intérprete em 1969. Mas, por mais de dez anos, ele já trabalhava como compositor.

Em 1959, ele assinou "Milord" para Edith Piaf, com quem teve um affair.

"Eu tinha uma aparência de gigolô quando estive com Piaf. Então, as pessoas viram que eu era um compositor e essa imagem foi apagada", reconheceu este eterno amante das mulheres.

Elas marcaram a vida deste homem que era chamado por sua amiga Barbara de "meu amor".

"Aquele que se diz sedutor está errado. São as mulheres que decidem ser seduzidas", gostava de dizer.

Outras canções se tornaram clássicos, como as interpretadas em 1966 por Reggiani, "Sarah", "Ma Liberté", "Ma Solitude", "Votre fille a vingt ans", mas também "La Dame Brune" (Barbara, 1968) e ainda "Joseph", "La marche de Sacco e Vanzetti".

O anúncio de sua morte imediatamente despertou fortes emoções e muitas reações.

"Georges Moustaki nos deixou: uma imensa tristeza. Um artista comprometido que expressava valores humanistas, um grande poeta #herança", reagiu a ministra da Cultura, Aurélie Filippetti no Twitter.

"Era um homem absolutamente encantador, um cavalheiro, um bom homem, um homem elegante, com infinita doçura e talento", comentou Juliette Greco na RTL.

"George era um homem sábio. Ele nos deixa canções sublimes. Ele viajou o mundo com seu violão, cantando o francês em toda parte. Ele era muito protetor e carinhoso", declarou Linha Renaud à AFP, enquanto Mireille Mathieu elogiou "um dos maiores embaixadores da canção francesa", cujas canções "são eternas".

AFP

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