Milhares de sunitas fogem de Banias, na Síria
Além disso, autoridades israelenses confirmaram que a força aérea do país realizou um ataque aéreo contra a Síria na sexta-feira (3), dizendo ter como alvo um carregamento de mísseis avançados destinados ao grupo militante libanês Hezbollah, aliado do regime de Assad.
A violência na região costeira da Síria ressalta a natureza sectária do conflito, que já dura dois anos, tendo causado a morte de milhares de pessoas e enviado mais de 1 milhão de refugiados a países vizinhos.
Segundo a organização não governamental Observatório Sírio para os Direitos Humanos, cerca de 4 mil pessoas fugiam das predominantemente sunitas áreas no sul de Banias, em meio a temores de que atiradores pró-governo "podem cometer um massacre".
Houve relatos conflitantes sobre o número de mortos em Banias na sexta-feira. O observatório disse que pelo menos 62 pessoas, incluindo 14 crianças, foram mortas em Ras al-Nabeh, um bairro em Banias, mas que o número pode subir, porque muitas pessoas ainda estão desaparecidas. Os Comitês de Coordenação Locais, outro grupo ativista, disseram que 102 pessoas foram mortas.
Segundo o observatório, as forças de segurança verificavam documentos de identidade das pessoas e lhes pediam para voltar a Banias para a situação parecer normal. Ainda de acordo com o observatório, as pessoas que fugiam iam para as cidades de Tartus e Jableh.
Moradores de Banias relataram à Associated Press por telefone que o mercado central foi quase todo fechado no sábado em meio a temores de mais violência. Eles falaram sob condição de anonimato por medo de represálias do governo.
O êxodo também se devia a denúncias de ativistas na sexta-feira de que soldados do regime e atiradores das áreas vizinhas de Alawite haviam batido, esfaqueado e baleado pelo menos 50 pessoas no vilarejo sunita de Bayda, perto de Banias.
Também neste sábado a rede de TV estatal da Síria informou que Assad, que raramente é visto em público, visitou um campus de Damasco e estava andando no meio de centenas de pessoas. Segundo a reportagem, Assad inaugurou uma estátua dedicada a "mártires" de universidades sírias que morreram na guerra civil. As informações são da Associated.