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Fotos da morte de Bin Laden podem permanecer secretas, diz Justiça

O líder da Al-Qaeda foi assassinado no Paquistão, em maio de 2011, pelo comando especial de marines de guerra, os SEAL americanos

17:19 | 21/05/2013

WASHINGTON, 21 Mai 2013 (AFP) - Uma Corte de Apelações dos Estados Unidos determinou nesta terça-feira, 21, que o governo federal não é obrigado a divulgar as fotos tiradas do líder da rede Al-Qaeda Osama bin Laden depois da sua morte no Paquistão nas mãos de forças especiais americanas.

O líder da Al-Qaeda foi assassinado no Paquistão, em maio de 2011, pelo comando especial de marines de guerra, os SEAL americanos, que tiraram fotografias do corpo para confirmar o êxito da missão.

Em uma exposição de 14 páginas, os juízes consideraram que a Agência Central de Inteligência (CIA) havia se negado a publicar as fotos "com base no fato de que as imagens foram classificadas como 'Top Secret'".

"Nós lhe damos razão porque as imagens foram classificadas corretamente e, por isso, estão isentas de divulgação", justificaram.

A organização conservadora Judicial Watch processou a CIA, depois que a agência se negou a responder positivamente a um pedido baseado na Lei da Liberdade de Informação (FOIA, em inglês) dos Estados Unidos, para que todas as fotos post-mortem de Bin Laden fossem divulgadas.

A CIA argumentou que as imagens eram uma exceção porque sua divulgação representaria um risco para a segurança nacional.

A agência indicou ainda que as imagens eram explícitas e espantosas, o que foi corroborado pelos juízes. Segundo eles, "se forem reveladas, pode-se esperar que levem a ataques de represália contra americanos".

A Judicial Watch alegou que a CIA não seguiu o procedimento adequado na classificação dos documentos e que adotou medidas nesse sentido apenas depois que a organização recorreu à FOIA.

Um tribunal de primeira instância deu razão à CIA, e a Corte de Apelações confirmou a decisão.

"As declarações da CIA dão motivos para crer que a divulgação de imagens de militares americanos enterrando o fundador e líder da Al-Qaeda poderia ser muito prejudicial", escreveram os juízes.

Como exemplos, a CIA mencionou os protestos decorrentes da publicação de caricaturas do profeta Maomé, na Dinamarca, e da divulgação na revista "Newsweek" da notícia sobre soldados americanos profanando o Alcorão.

O chefe de Operações Especiais americano, almirante William McRaven, também considerou que a revelação de imagens representaria um risco para os soldados envolvidos nessa missão, já que poderiam ser identificados.

Embora essas previsões não passem de especulação, a corte entendeu que a CIA conseguiu fundamentar suas argumentações, que seriam "plausíveis" e "lógicas".

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