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Coreia do Norte condena cidadão dos EUA a 15 anos de trabalhos forçados

08:51 | 02/05/2013
Kenneth Bae, de 44 anos, está detido desde novembro de 2012, acusado de praticar atos hostis contra o regime comunista. Especialista diz que ele será usado para forçar os EUA a negociar com a Coreia do Norte. A condenação do cidadão americano Kenneth Bae, de 44 anos, pelo governo norte-coreano, reacendeu a tensão entre os Estados Unidos e a Coreia do Norte. De acordo com a agência oficial norte-coreana KCNA, Bae foi condenado a 15 anos de trabalho forçados, acusado de praticar "atos hostis" contra o regime comunista. Bae foi detido em novembro de 2012, na cidade de Rason, quando viajava com outros cinco turistas. Ele mora na cidade chinesa de Dalian e é proprietário de uma agência de turismo especializada em viagens para a Coreia do Norte. De acordo com ativistas dos direitos humanos na Coreia do Sul, ele teria sido preso por fotografar crianças desnutridas. Bae nasceu na Coreia do Sul e é descrito por amigos como um cristão fervoroso, que viaja frequentemente para a Coreia do Norte para ajudar crianças órfãs. O nome coreano dele é Pae Jun-ho. De acordo com a lei norte-coreana, a punição para atos contra o Estado varia de 5 a 10 anos de trabalhos forçados. "Eu acho que a condenação foi pesada. A Coreia do Norte pareceu considerar os atos de Bae mais graves", disse Jang Myung-bong, especialista em Coreia do Norte da Universidade Kookmin, de Seul, à agência de notícias Reuters. O chefe do Instituto de Estudos sobre a Coreia do Norte, o sul-coreano Ahn Chan-ali, opina que Bae será usado como um meio para forçar os Estados Unidos a negociar com o país comunista. Um "peixe grande" americano visitando Pyongyang ajudaria a polir o perfil de lideranca do ditador Kim Jong-un, disse ele à agência de notícias AP. Em casos semelhantes, os ex-presidentes Bill Clinton e Jimmy Carter foram à Coreia do Norte para negociar a libertação de cidadãos americanos. Bae não deve ficar num dos campos de trabalho escravo da Coreia do Norte, opina o norte-coreano Kwon Hyo-jin, que ficou detido num deles por sete anos e foi liberado em 2007. Ele mora na Coreia do Sul desde 2009. De acordo com Kwon, muitos presos desses campos trabalham até a morte e só sobrevivem comendo ratos e cobras. "Ele deve ser enviado a uma instituição correcional para estrangeiros que foi criada com base nas normas internacionais de direitos humanos", comenta Know. A situação do americano não foi comentada pela embaixada da Suécia em Pyongyang, que cuida dos interesses dos Estados Unidos na Coreia do Norte, já que os Estados Unidos não têm relações diplomáticas com o país comunista. Este não é o primeiro caso em que cidadãos com dupla-nacionalidade têm problemas com as autoridades norte-coreanas. Em 2009, duas jornalistas norte-americanas foram condenadas a 12 anos de trabalhos forçados depois de entrarem ilegalmente no país. O ex-presidente dos Estados Unidos Bill Clinton viajou para o país e negociou a libertação delas. A sentença de Bae é divulgada em meio ao aumento da tensão entre os dois países, desde que a Coreia do Norte realizou o terceiro teste nuclear, em feveiro de 2013, e ameaçou atacar os Estados Unidos e a Coreia do Sul. FA/rtr/lusa/ap

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