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Suspeitos de Boston planejavam atacar Nova York, afirma polícia

07:31 | 26/04/2013
Times Square seria o próximo alvo dos irmãos Tsarnaev após os ataques em Boston, segundo depoimento do principal suspeito. Decisão foi espontânea e fracassou por falta de gasolina no carro, diz a polícia. Os dois irmãos acusados pelos ataques de Boston planejaram detonar mais explosivos no largo Times Square, região central de Manhattan, em Nova York, segundo declarações dadas nesta quinta-feira (25/04) pela polícia da cidade. Ainda internado num hospital em Boston, o suspeito Dzhokhar Tsarnaev, de 19 anos, teria confessado ao FBI que ele e o irmão Tamerlan morto durante perseguição policial planejaram colocar bombas na Times Square. Para o prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, a notícia é "um lembrete horrível de que ainda somos alvo dos terroristas". De acordo com o chefe da polícia de New York, Ray Kelly, a dupla pretendia usar um explosivo semelhante ao detonado em Boston uma bomba feita com uma panela de pressão além de cinco bombas caseiras e granadas improvisadas. A decisão, segundo Kelly, foi tomada de forma espontânea, logo após o FBI divulgar fotos da dupla e pouco antes do início da perseguição policial que resultou na morte de Tamerlan. O improvisado plano teria fracassado quando os dois constataram que a Mercedes-Benz roubada por eles não tinha gasolina para uma viagem a Nova York, relatou Dzhokha, segundo Kelly. Por isso eles teriam parado num posto de gasolina. Nesse momento, o dono da Mercedes, que estava no carro, fugiu e acionou a polícia, disse Kelly. A chamada desencadeou, por fim, a caçada policial aos suspeitos. Os irmãos acusados de realizar os ataques do dia 15 abril perto da linha de chegada da Maratona de Boston, matando três pessoas e deixando mais de 200 feridos usariam os explosivos remanescentes numa das áreas mais movimentadas de Manhattan. Direito de permanecer calado O presidente do Comitê de Inteligência da Câmara dos Deputados dos EUA, o republicano Mike Rogers, contestou um possível ataque a Nova York. Ele disse ser mais provável que os irmãos planejassem outra ataque a Boston. "Para mim não está claro que eles iriam lá para atacar, mesmo que estivessem com os explosivos. Na minha opinião, é mais plausível que eles atacariam a região de Boston pela terceira vez e depois fugiriam para Nova York", opinou Rogers em entrevista ao canal de notícias CNN. Rogers afirmou que Tsarnaev não tem cooperado muito com as autoridades desde que a polícia leu os seus direitos constitucionais, que garantem ao suspeito o direito de ficar calado e receber orientação jurídica. A advogada do suspeito, Miriam Conrad, recusou-se a comentar se Tsarnaev ainda falava com os investigadores. Mãe dos suspeitos acusa polícia Ainda hospitalizado, Tsarnaev foi acusado formalmente, nesta segunda-feira, pelo uso de armas de destruição em massa e, se condenado, pode enfrentar a pena de morte. A mãe dos dois suspeitos, Zubeidat Tsarnaeva, considera os filhos inocentes e acusa as autoridades americanas de matarem o seu filho desnecessariamente. "Tamerlan foi morto cruelmente", protestou. Tsarnaeva e seu ex-marido, Anzor Tsarnaev, receberam os investigadores norte-americanos na Rússia, numa visita organizada pela embaixada dos EUA e as autoridades russas. O pai disse que pretende ir aos Estados Unidos para ver o filho internado e enterrar o mais velho. Falhas na segurança O nome do suspeito que foi morto pela polícia e considerado o principal articulador do atentado, Tamerlan, já estava na base de dados de potenciais terroristas do governo americano há meses antes do atentado. O país também já tinha sido duas vezes advertido sobre ele pelas autoridades russas. Por isso, Washington agora concentra o serviço de inteligência nas ações que antecederam o atentado para investigar se houve falhas no rastreamento do suspeito. O diretor nacional do serviço de inteligência, James Clapper, pediu cautela "até nós esclarecermos todos os fatos". O senador republicano da Carolina do Sul, Lindsey Graham, no entanto, culpa a administração do presidente Barack Obama por não ter impedido o ataque. "Eu só sei que o sistema está quebrado", afirmou. O senador pela Carolina do Sul ligou os atentados do dia 15 de abril com a morte do embaixador americano J. Christopher Stevens, em setembro do ano passado, durante um ataque ao Consulado americano na Líbia. "Para mim, desde o que aconteceu em Benghazi até hoje só estamos retrocedendo em termos de segurança nacional", disse Graham. FA/afp/rtr

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