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Obama promete investigação 'vigorosa' sobre uso de armas químicas na Síria

As declarações foram feitas durante uma reunião com o rei Abdullah II da Jordânia na Casa Branca, no momento em que a pressão aumenta por uma intervenção militar

16:56 | 26/04/2013

WASHINGTON, 26 Abr 2013 (AFP) - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, prometeu nesta sexta-feira, 26, uma "investigação vigorosa" sobre o uso de armas químicas na Síria e reafirmou que a utilização dessas armas "muda as regras do jogo".

Obama fez essas declarações durante uma reunião com o rei Abdullah II da Jordânia na Casa Branca, no momento em que a pressão aumenta por uma intervenção militar na Síria. Até o momento, os Estados Unidos se limitaram a fornecer ajuda não-letal aos rebeldes.

"Temos indícios segundo os quais armas químicas foram utilizadas contra a população na Síria. Trata-se de avaliações preliminares com base em nossas operações de inteligência", declarou Obama.

"Existem muitas questões sobre o modo como essas armas foram utilizadas, quando e onde", acrescentou o presidente americano, que falou pela primeira vez sobre o caso desde que sua administração revelou na quinta que acredita que o regime sírio provavelmente tenha usado tais armas.

Obama prometeu conduzir "uma investigação vigorosa e realizar consultas com os parceiros na região e com a comunidade internacional para investigar de maneira eficaz e o mais rápido possível".

Ele considerou que já é "horrível quando morteiros são disparados sobre civis e quando pessoas são mortas indiscriminadamente, (mas) o possível recurso à armas de destruição em massa contra civis cruza uma nova fronteira no domínio das leis internacionais".

"Isso vai mudar as regras do jogo. Digo publicamente e em particular que se o governo sírio utiliza armas químicas, isso cruza um limite que muda a minha equação e o modo como os Estados Unidos abordam o caso", ressaltou Obama.

"Temos que realizar investigações deliberadamente, mas acho que todos nós, não apenas os Estados Unidos, mas todo o mundo, temos que reconhecer que não podemos ficar parados e permitir o uso sistemático de armas químicas contra as populações civis".

Ele também considerou que "a utilização de armas químicas e o perigo que isto representa para a comunidade internacional, para os vizinhos da Síria, a possibilidade de que (estas armas) caiam nas mãos de terroristas, tudo isso aumenta a emergência do que já é um problema humanitário e de segurança na região".

Mais cedo, a Casa Branca havia anunciado que o presidente esperava uma avaliação definitiva sobre se o regime sírio utilizou armas químicas contra os combatentes rebeldes antes de tomar uma decisão.

"Estamos trabalhando para estabelecer fatos confiáveis e corroborados", disse o porta-voz presidencial, Jay Carney, aos jornalistas. "O presidente quer os fatos", acrescentou, afirmando que não há prazos para eventuais medidas americanas.
O governo dos Estados Unidos reconheceu na quinta, pela primeira vez, que o regime sírio provavelmente tenha utilizado armas químicas.

"A comunidade americana de espionagem concluiu, com diferentes graus de certeza, que o regime sírio utilizou armas químicas em pequena escala na Síria, em particular (gás) sarin", explicou a porta-voz do Conselho de Segurança Nacional (NSC), Caitlin Hayden, pouco depois de o secretário de Defesa, Chuck Hagel, ter divulgado essa informação durante visita a Abu Dhabi.

No jargão dos serviços de inteligência dos Estados Unidos, "diferentes graus de certeza" significa que as diversas agências não estão todas de acordo, explicou um funcionário do Pentágono à AFP.

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