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Israel não pode confiar em nenhum país na questão nuclear iraniana, diz primeiro-ministro

23:51 | 07/04/2013
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou neste domingo que Israel não pode de forma alguma "deixar seu destino nas mãos de outros países", mesmo que sejam seus "melhores amigos", diante da questão nuclear iraniana, ao iniciar a celebração anual da Shoah.

"Nós apreciamos os esforços da comunidade internacional para impedir o programa nuclear do Irã, mas de jeito nenhum deixaremos nosso destino nas mãos de outros países, mesmo que sejam nossos melhores amigos", declarou Netanyahu durante um discurso em Jerusalém na véspera do dia em memória do genocídio dos judeus durante a Segunda Guerra Mundial.

Durante sua visita à região no mês passado, o presidente americano, Barack Obama, havia prometido a Israel que faria o que fosse preciso para impedir o Irã de produzir a arma nuclear.

"O que mudou desde a Shoah foi nossa determinação e nossa capacidade de nos defendermos com nossas próprias forças", insistiu o primeiro-ministro israelense.

Netanyahu também reafirmou que "o Irã proclama abertamente a sua intenção de destruir o Estado de Israel, e esse país atua de todas as formas para atingir esse objetivo".

"Israel, afirmam os líderes iranianos, é um 'tumor canceroso que deve ser extirpado' do Oriente Médio. Este ódio assassino contra o povo judeu não desapareceu do mundo, ele mudou de formato, tornou-se um ódio assassino contra Estado de Israel", acusou Netanyahu durante a cerimônia anual organizada no Yad Vashem, o memorial do Holocausto de Jerusalém.

O presidente israelense, Shimon Peres, também denunciou em seu discurso as lideranças iranianas que "negam abertamente a existência da Shoah" e ameaçam os israelenses.

Lembrando o antissemitismo nos países europeus, o presidente Peres acrescentou: "Para a nossa maior vergonha, alguns não aprenderam".

"As crises são exploradas novamente para criar novamente partidos nazistas, ridículos, mas perigosos", disse.

A celebração do "Yom HaShoah" (dia da Shoah) foi inaugurada na noite deste domingo em Israel na presença dos principais dirigentes israelenses.

Este ano, ela é dedicada principalmente a lembrar os combatentes do gueto de Varsóvia em ocasião do 70º aniversário da revolta contra os nazistas, em abril de 1943.

A viúva de Peretz Hochman, um dos últimos combatentes do gueto de Varsóvia falecido na semana passada aos 83 anos, acendeu uma das seis tochas acesas para marcar a data.

As sirenes soarão durante dois minutos no final da manhã de segunda-feira em todo o país, onde serão realizadas as cerimônias da memória.

O chefe do Estado-Maior do Exército israelense, general Benny Gantz, viajou neste domingo para a Polônia para conduzir a "marcha dos sobreviventes" na segunda-feira no antigo campo de Auschwitz-Birkenau.

Cerca de 192.000 sobreviventes da Shoah vivem hoje em Israel, segundo dados de organizações de sobreviventes dos campos de extermínio.
AFP

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